Procurador da República critica ministro da Justiça
Segundo Athayde Ribeiro Costa, Torquato Jardim ainda não quis saber das condições das operações da PF
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de julho de 2017 às 12h24.
São Paulo - Durante coletiva de imprensa sobre a 42ª fase da Lava Jato , que mira o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, o procurador da República Athayde Ribeiro Costa fez críticas ao atual ministro da Justiça, Torquato Jardim, no que tange as operações.
Segundo ele, diferente do ex-ministro da Pasta e atual ministro do STF, Alexandre de Moraes, que disse que queria fortalecer a PF, Torquato Jardim não procurou a Polícia Federal para saber as condições do efetivo e também não perguntou se era suficiente o número de agentes. "Essa é uma responsabilidade dele. A Lava Jato está no auge de sua maturidade. A força-tarefa é uma prioridade no MPF com o procurador-geral Rodrigo Janot e assim deve ser com a sucessora Raquel Dodge", disse Ribeiro Costa.
Já representantes da Polícia Federal na coletiva tentaram minimizar eventuais riscos à continuidade da operação na instituição. Rebateram afirmações de que houve o fim do grupo dedicado à Lava Jato na PF e redução do efetivo. Segundo eles, somente houve uma reorganização administrativa, que colocou a força-tarefa sob o guarda-chuva da Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (Delecor).
Respondendo pergunta da imprensa sobre o fato de o pedido à Justiça para expedição da operação ter sido realizado pelo MPF, quando costuma ser feito pela PF, o delegado Igor Romário de Paula disse que isso não é "relevante". "É um trabalho conjunto. Há momentos em que o pedido é feito pelo MPF e outros em que é feito pela PF. Da mesma maneira, há períodos em que há mais de operação por semana e há outros períodos em que demora um mês ou dois por outra operação. Como disse o juiz Sergio Moro, isso não é seriado", disse, completando que as operações acontecem conforme as investigações vão evoluindo.