Prisão de Paulo Bernardo enfraquece Dilma na Comissão
Paulo Bernardo é casado com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que integra a tropa de choque de Dilma e é um dos principais braços de defesa da presidente
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2016 às 12h04.
Brasília - A decretação da prisão preventiva do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo trouxe preocupação extra ao núcleo político ligado à presidente afastada Dilma Rousseff.
Paulo Bernardo é casado com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que integra a tropa de choque de Dilma e é um dos principais braços de defesa da presidente na comissão de impeachment , no Senado.
A prisão dele, na avaliação de interlocutores da presidente afastada, acaba por enfraquecer a sua defesa durante os trabalhos da comissão.
Dilma precisa de 28 votos de senadores para conseguir se manter no cargo e até agora a conta é que possui 22 votos. O Placar do Estadão aponta 18 votos a favor da presidente afastada.
Apesar de assessores de Dilma dizerem que Paulo Bernardo, que foi ministro da petista e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não ser uma pessoa que estava próxima a ela por agora, este não é o caso da sua mulher, Gleisi, que mantém contato com a petista.
Além da prisão de Bernardo, a condução coercitiva do ex-ministro da Previdência Carlos Gabas também é outro problema, pela proximidade que tem com a presidente afastada. Gabas, inclusive, foi atendido pela comissão de ética da Presidência da República e está sob período de quarentena.
Ou seja, durante seis meses ele permanecerá afastado de qualquer função pública recebendo salário de ministro, por conta das funções que assumiu nos últimos tempos e pelo conhecimento que possui de questões estratégicas de governo.
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Em um domingo de agosto de 2013, a presidente Dilma Rousseff driblou a segurança e saiu pelas ruas de Brasília como "carona" na moto Harley Davidson de Carlos Gabas, de onde chegou a ser fotografada.
A preocupação não se limita a Dilma, mas também a Lula. Assessores da presidente lembram que este é mais um baque para o ex-presidente, já que Paulo Bernardo é muito ligado a ele e ao tesoureiro do partido João Vaccari Neto, que está preso pela Operação Lava Jato.
Outro problema que foi lembrado, e que não é preocupação especificamente da presidente afastada, mas de petistas, é sobre os reflexos desta nova prisão sobre as eleições municipais, já que Paulo Bernardo é uma importante liderança do partido.
O PT já vem encontrando dificuldades em vários Estados e a prisão de Paulo Bernardo acaba por ser mais um golpe contra o partido.
O próprio governo petista sabe das dificuldade de reverter a "onda negativa" da opinião pública em relação à sua volta ao Planalto, que reconhece ser muito remota de acontecer.
Mas a legenda precisa desta tropa de choque atuante insistindo na tese do golpe para reforçar o discurso do PT nas eleições e tentar, de alguma forma, manter a militância mobilizada.
Ao falar sobre o enfraquecimento da defesa de Dilma na comissão do Senado, um dos interlocutores de Dilma reconheceu que os acontecimentos deixam a defesa dela sem argumento, ou pelo menos, atrapalha bastante os seus planos.
Gleisi e a tropa de choque de Dilma acusam reiteradamente o presidente em exercício, Michel Temer, e sua equipe em função dos desdobramentos Operação Lava Jato, que está direcionada para o PMDB e rendeu três baixas ao governo peemedebista.
Com a operação desta quinta-feira, o argumento dos petistas, mirando nos peemedebistas, acaba abatido e caindo por terra.
Já no Palácio do PLanalto, a prisão preventiva de Paulo Bernardo vem como um alívio para os peemedebistas porque tira um pouco do PMDB do foco.
O partido estava sob alvo da PF no último mês, o que vinha atrapalhando a tentativa de Temer de sustentar uma agenda positiva para emplacar o seu governo.
A prisão de Bernardo, que não é provisória, mas preventiva, ressalta um dos interlocutores de Temer, veio em um importante momento no qual os peemedebistas têm conseguido vitórias em votações no Congresso e precisam consolidar os votos na comissão do impeachment.
Temer precisa de 54 votos. Nas contas do Planalto, a base possui entre 58 e 60 votos. Mas a margem é considerada muito estreita e este é um dos motivos do empenho pessoal do presidente em exercício, que destina diariamente boa parte de sua agenda a receber parlamentares e manter interlocução direta com senadores, em busca de garantir os votos.
Na terça-feira passada, por exemplo, Temer foi à festa Junina na casa do senador Zezé Perrela (PTB-MG), lembrando que ali estariam presentes pelo menos 60 senadores.
"Esse trabalho tem de ser construído todo dia", não se cansa de repetir Temer, segundo um de seus interlocutores.
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Paulo Bernardo é casado com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que integra a tropa de choque de Dilma e é um dos principais braços de defesa da presidente na comissão de impeachment , no Senado.
A prisão dele, na avaliação de interlocutores da presidente afastada, acaba por enfraquecer a sua defesa durante os trabalhos da comissão.
Dilma precisa de 28 votos de senadores para conseguir se manter no cargo e até agora a conta é que possui 22 votos. O Placar do Estadão aponta 18 votos a favor da presidente afastada.
Apesar de assessores de Dilma dizerem que Paulo Bernardo, que foi ministro da petista e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não ser uma pessoa que estava próxima a ela por agora, este não é o caso da sua mulher, Gleisi, que mantém contato com a petista.
Além da prisão de Bernardo, a condução coercitiva do ex-ministro da Previdência Carlos Gabas também é outro problema, pela proximidade que tem com a presidente afastada. Gabas, inclusive, foi atendido pela comissão de ética da Presidência da República e está sob período de quarentena.
Ou seja, durante seis meses ele permanecerá afastado de qualquer função pública recebendo salário de ministro, por conta das funções que assumiu nos últimos tempos e pelo conhecimento que possui de questões estratégicas de governo.
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A preocupação não se limita a Dilma, mas também a Lula. Assessores da presidente lembram que este é mais um baque para o ex-presidente, já que Paulo Bernardo é muito ligado a ele e ao tesoureiro do partido João Vaccari Neto, que está preso pela Operação Lava Jato.
Outro problema que foi lembrado, e que não é preocupação especificamente da presidente afastada, mas de petistas, é sobre os reflexos desta nova prisão sobre as eleições municipais, já que Paulo Bernardo é uma importante liderança do partido.
O PT já vem encontrando dificuldades em vários Estados e a prisão de Paulo Bernardo acaba por ser mais um golpe contra o partido.
O próprio governo petista sabe das dificuldade de reverter a "onda negativa" da opinião pública em relação à sua volta ao Planalto, que reconhece ser muito remota de acontecer.
Mas a legenda precisa desta tropa de choque atuante insistindo na tese do golpe para reforçar o discurso do PT nas eleições e tentar, de alguma forma, manter a militância mobilizada.
Ao falar sobre o enfraquecimento da defesa de Dilma na comissão do Senado, um dos interlocutores de Dilma reconheceu que os acontecimentos deixam a defesa dela sem argumento, ou pelo menos, atrapalha bastante os seus planos.
Gleisi e a tropa de choque de Dilma acusam reiteradamente o presidente em exercício, Michel Temer, e sua equipe em função dos desdobramentos Operação Lava Jato, que está direcionada para o PMDB e rendeu três baixas ao governo peemedebista.
Com a operação desta quinta-feira, o argumento dos petistas, mirando nos peemedebistas, acaba abatido e caindo por terra.
Já no Palácio do PLanalto, a prisão preventiva de Paulo Bernardo vem como um alívio para os peemedebistas porque tira um pouco do PMDB do foco.
O partido estava sob alvo da PF no último mês, o que vinha atrapalhando a tentativa de Temer de sustentar uma agenda positiva para emplacar o seu governo.
A prisão de Bernardo, que não é provisória, mas preventiva, ressalta um dos interlocutores de Temer, veio em um importante momento no qual os peemedebistas têm conseguido vitórias em votações no Congresso e precisam consolidar os votos na comissão do impeachment.
Temer precisa de 54 votos. Nas contas do Planalto, a base possui entre 58 e 60 votos. Mas a margem é considerada muito estreita e este é um dos motivos do empenho pessoal do presidente em exercício, que destina diariamente boa parte de sua agenda a receber parlamentares e manter interlocução direta com senadores, em busca de garantir os votos.
Na terça-feira passada, por exemplo, Temer foi à festa Junina na casa do senador Zezé Perrela (PTB-MG), lembrando que ali estariam presentes pelo menos 60 senadores.
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