Shinji Tsuchiya, presidente da Mitsui, depondo à CPI da Petrobras (Valter Campanato/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2015 às 17h33.
Brasília - Após quase duas horas de espera, começou nesta quarta-feira, 5, o depoimento do presidente da Mitsui, Shinji Tsuchiya, à CPI da Petrobras. O executivo afirmou que a Mitsui não teve participação em "atividades ilícitas" envolvendo a estatal.
Com dificuldades para falar português, ele fez uma pequena introdução em português e depois leu seu discurso em japonês.
Ele relatou que trabalha na empresa desde 1981, que o Brasil é um dos mercados mais importantes para a Mitsui e disse que está disposto a colaborar com as investigações da CPI.
"A Mitsui sempre respeitou as regras dos países. Nunca houve qualquer ato de corrupção de seus funcionários", declarou.
O executivo japonês foi chamado para o plenário da CPI e teve de esperar os parlamentares concluírem seus discursos para começar a depor.
A oitiva tinha sido marcada inicialmente para antes do recesso parlamentar, mas o executivo alegou que estava há pouco tempo no Brasil e que precisava se inteirar dos negócios da empresa.
Tsuchiya deve responder sobre denúncias de pagamento de propina a intermediários do PMDB.
O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, são acusados de receber US$ 40 milhões no âmbito de dois contratos assinados em 2006 e 2007 pelo estaleiro coreano Samsung Heavey Industries, em parceria com a japonesa Mitsui, para entrega de dois navios-sonda - equipamentos para exploração de petróleo em águas profundas.
A Mitsui também foi mencionada no depoimento do doleiro Alberto Youssef, que apontou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como um dos destinatários da propina paga num contrato de aluguel de sondas celebrado pela Petrobras.