Presidente da CNI defende mudanças imediatas na área cambial
Novo líder da entidade defende taxação sobre aplicação estrangeiras no país e desoneração para investimentos das empresas brasileiras
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2010 às 12h39.
Brasília - O novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, defendeu hoje (17) que o governo adote medidas imediatas na área cambial para equilibrar a situação das empresas e das exportações.
Ele defendeu a taxação do Imposto de Renda sobre aplicações de estrangeiros em renda fixa no país e que esses investidores sejam obrigados a priorizar o mercado interno nos outros investimentos, especialmente na área de alta tecnologia.
O presidente da CNI sugeriu ainda a criação de quarentena para entrada de capitais no Brasil, a exemplo do que já está sendo feito no Chile há vários anos. Andrade acredita que essas medidas são importantes para controlar o fluxo de moeda estrangeira e, assim, equilibrar o câmbio.
O novo presidente da CNI também defendeu a desoneração completa das exportações e dos investimentos do empresariado brasileiro. O Brasil, segundo ele, paga muito caro para investir, o que não acontece em outras partes do mundo. O parque industrial brasileiro está há vários anos "se desindustrializando" por falta de incentivos.
Robson Braga de Andrade, que toma posse na noite de hoje (17), é empresário mineiro da área de energia. Para ele, o país deverá continuar no ciclo de crescimento, durante o governo da presidenta eleita, Dilma Rousseff, mas "é preciso estabelecer um percentual maior de investimentos anuais em relação ao Produto Interno Bruto (PIB)" e reduzir os gastos públicos com a reforma fiscal e da previdência. A
ndrade defendeu ainda a aceleração pelo governo da devolução às empresas dos créditos acumulados de impostos.
Ele lembrou que a margem de investimentos sobre o PIB se aproxima de 16% ao ano e deveria chegar a 25%. Para o empresário, há muitas medidas importantes que precisam ser tomadas na área da desoneração das empresas, mas que envolvem discussões de médio e longo prazo com governadores dos estados.