(EVARISTO SA / AFP/AFP)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 29 de março de 2021 às 18h53.
Última atualização em 29 de março de 2021 às 19h48.
O presidente Jair Bolsonaro alterou a titularidade de seis Ministérios nesta segunda-feira (29). De acordo com nota oficial divulgada pelo governo federal, três ministros deixam o governo e outros três trocam de pasta.
A primeira dispensa começou ainda na manhã de segunda-feira, com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que pediu demissão do cargo. Quem assume é o embaixador Carlos Alberto Franco França.
A remoção do chanceler representa uma vitória do Centrão, que vinha pressionando o Palácio do Planalto nesse sentido. Na semana passada, o presidente da Câmara, Artur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, pressionaram o presidente Jair Bolsonaro a demitir o chanceler. Lira chegou a dizer que Araújo perdeu a capacidade de dialogar com países.
À tarde, Fernando Azevedo Silva, da Defesa, foi o segundo a pedir para deixar o governo. O nomeado para a pasta é Braga Netto, que estava na Casa Civil.
Em nota, Azevedo agradeceu ao presidente Bolsonaro pela oportunidade de ter sido ministro e diz que preservou as Forças Armadas como instituições de Estado. Ex-chefe do Estado-Maior do Exército e comandante da Brigada Paraquedista antes de ir para a reserva, Azevedo estava à frente do Ministério da Defesa desde o início do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019.
Azevedo foi indicado para o cargo em novembro de 2018, depois que o presidente optou por nomear o também general Augusto Heleno — que estava cotado para assumir o ministério — para o comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
O terceiro a sair foi José Levi, do cargo de Advogado-Geral da União (AGU). André Mendonça, que estava no Ministério da Justiça, volta para a AGU.
A queda veio logo após Levi ter se recusado a assinar uma ação direta de inconstitucionalidade apresentada por Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir o toque de recolher decretado por governadores de três estados. Como a AGU não assinou o documento, que foi bancado apenas por Bolsonaro, a ação não foi analisada pela Corte.