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Presidenciáveis poderão evitar jogos da Copa em estádio

Com a onda de manifestação contrárias ao evento, nenhum presidenciável deve tentar pegar carona na Copa para alavancar suas candidaturas

Dilma: a presidente não deve discursar na abertura, temendo vaias (REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2014 às 07h47.

São Paulo - Às vésperas da abertura da Copa do Mundo no Brasil e com a onda de manifestações contrárias à realização do Mundial, a reação das torcidas nos estádios é imprevisível e a maioria da população se mostra pouco entusiasmada.

Esse cenário está levando os três postulantes mais bem posicionados à Presidência da República - a presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador Eduardo Campos (PSB) - a apostar na estratégia menos arriscada: nenhum deles deve tentar pegar carona no evento para alavancar suas candidaturas.

Na abertura da Copa, no dia 12 de junho, em São Paulo, onde a seleção brasileira estreia contra a Croácia, a presidente Dilma, por razões protocolares, fará a abertura, mas não deve discursar, temendo vaias, como as que recebeu no Estádio Mané Garrincha, no auge das manifestações de junho do ano passado, na abertura da Copa das Confederações, quando o Brasil venceu o Japão por três a zero.

O tucano Aécio Neves assistirá ao jogo de abertura da Copa ao lado da esposa, Letícia Weber, grávida de gêmeos, que está hospitalizada no Rio, em repouso médico. E o ex-governador de Pernambuco pretende assistir a este jogo ao lado da mulher e dos filhos.

"A grande pergunta que todos estão fazendo é como o brasileiro irá se portar, dentro e fora dos estádios, durante os jogos da Copa. Diante da incógnita, o melhor para os candidatos de oposição é apostar, pelo menos no início do Mundial, em uma agenda que não os exponha a ponto de gerar eventuais comprometimentos à imagem", diz o especialista em marketing político e pesquisas eleitorais Sidney Kuntz.

Já Dilma Rousseff, por ser chefe de Estado, não poderá ficar reclusa num evento deste porte. Apesar do clima de protestos no País, o público estrangeiro também estará atento ao campeonato, destaca Kuntz. "Acho inclusive que é um erro ela não discursar, mesmo com o risco de ser vaiada, afinal, a Copa só veio para o Brasil por causa do empenho de seu padrinho político e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva", disse.

O especialista em marketing político argumenta também que a presidente Dilma deveria entregar a taça da Copa do Mundo ao time vencedor, mesmo que não seja o Brasil.

De acordo com informações, a Fifa cogita o nome da modelo Gisele Bündchen para entregar a taça. Na Copa das Confederações, quem entregou a taça foi o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

"Ela tem que correr esse risco (das eventuais vaias) e entregar a taça porque é a chefe de Estado", afirma. "Mesmo que chamassem uma figura ilustre como o Pelé, não teria o mesmo protocolo."

Na avaliação do cientista político e professor de Administração Pública da FGV de São Paulo Marco Antonio Carvalho Teixeira, a estratégia tanto de Aécio como de Campos é previsível.

Segundo ele, a experiência da presidente Dilma Rousseff no ano passado, na Copa das Confederações, deixou claro o risco de desgaste e apontou que a saída mais segura para a oposição é não se expor.

"A opção deles é aparecer de maneira politicamente correta, com a família e apoiando a seleção, e não se expondo", diz Teixeira.

O professor ressalta também que, considerando o perfil do eleitorado brasileiro, é sempre importante para os candidatos reforçar a imagem da família.

"Campos acabou de ser pai, Aécio vai ser pai de gêmeos. Reforçar essa questão é importante em uma oportunidade como a Copa." Ele lembra, contudo, que Aécio e Campos comemoraram muito quando o Brasil foi escolhido para ser a sede da Copa, em razão dos eventuais dividendos para seus Estados, Minas e Pernambuco.

"Para Campos, a conta pode ser um pouco mais cara, por ter sido governador até o ano passado, mas para os dois é um tema sensível", avalia Teixeira.

Depois do jogo de abertura, a seleção brasileira jogará, nesta primeira fase, contra o México, em Fortaleza, e contra a seleção de Camarões, em Brasília. Dilma deverá assistir a esses jogos no Palácio da Alvorada, com a família e o neto.

Eduardo Campos deverá torcer pelo Brasil ao lado da família. E Aécio poderá assistir aos dois jogos em bares, em Belo Horizonte e no Rio.

Na segunda etapa do mundial, que começa no dia 28, a seleção do técnico Felipão poderá jogar em Minas Gerais, e Aécio avalia assistir ao jogo no Mineirão, pois estará em casa, onde é bem avaliado.

São Paulo - Embora a construção ou a reforma de estádios para a Copa do Mundo seja encarada como um dos legados que o Mundial deixará para o país, é inegável que as 12 arenas só estão prontas (ou quase) agora por causa do grande evento de junho. Não fosse isso, sabe-se lá quando o Brasil teria estádios modernos - cujos projetos foram feitos, aliás, de forma a atender ao padrão Fifa, que determina, entre outras coisas, o tamanho mínimo daqueles que podem ser palco de jogos especiais, como a abertura e a final.A partir destas considerações, EXAME.com levantou o custo das obras e dividiu pelo número total de jogos que cada estádio vai receber daqui a cerca de três meses. Chega-se, assim, às partidas mais caras da Copa.Sob esta perspectiva, cada jogo no Mané Garrincha, em Brasília , sairá por R 200 milhões.É preciso considerar que esta conta por jogo não inclui nenhum outro gasto além dos colocados diretamente nos estádios. Somados, o custo de todos eles ultrapassou R$ 8 bilhões, mas nem tudo é verba pública.Especialistas temem que alguns dos estádios se tornem elefantes brancos após a Copa, principalmente em lugares sem tradição futebolística. O governo defende, porém, que eles são agora arenas multiuso e que serão economicamente viáveis ao receber, além de jogos de futebol , shows e eventos.  O Mané Garrincha, por exemplo, já recebeu 5 eventos (3 shows internacionais entre eles) desde que foi inaugurado em maio de 2013 (além das partidas de futebol). Atualizado dia 11/3, às 11h45
  • 2. 1º Mané Garrincha (Brasília) - R$ 200 milhões por jogo

    2 /13(Dean Mouhtaropoulos/Getty Images)

  • Veja também

    Custo do estádio: R$ 1,4 bilhão Número de jogos: 7 (incluindo um nas oitavas, semi final e disputa pelo 3º lugar) Jogos da 1ª fase: Suíça x Equador, Colômbia x Costa do Marfim, Camarões x Brasil, Portugal x Gana.
  • 3. 2º Maracanã (Rio de Janeiro) - R$ 170 milhões por jogo

    3 /13(Tânia Rego/ABr)

  • Custo do estádio: R$ 1,19 bilhão Número de jogos: 7 jogos (incluindo um nas oitavas, semi-final e a grande final) Jogos da 1ª fase: Argentina x Bósnia e Herzegovina, Espanha x Chile, Bélgica x Rússia, Equador x França
  • 4. 3º Arena da Amazônia (Manaus) - R$ 167,3 milhões por jogo

    4 /13(REUTERS/Bruno Kelly)

    Custo do estádio: R$ 669,5 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: Inglaterra x Itália, Camarões x Croácia, EUA x Portugal, Honduras x Suiça
  • 5. 4º Arena Pantanal (Cuiabá) - R$ 142,5 milhões

    5 /13(REUTERS/Stringer)

    Custo do estádio: R$ 570 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: Chile x Austrália, Rússia x Coréia do Sul, Nigéria x Bósnia e Herzegovina, Japão x Colômbia.
  • 6. 5º Arena Corinthians (São Paulo) - R$ 136,6 milhões por jogo

    6 /13(Divulgação/ Odebrecht)

    Custo do estádio: R$ 820 milhões Número de jogos: 6 (incluindo um nas oitavas e uma semi-final) Jogos da 1ª fase: Brasil x Croácia, Uruguai x Inglaterra, Holanda x Chile, Coréia do Sul x Bélgica
  • 7. 7º Arena Pernambuco (Recife) - R$ 106,5 milhões por jogo

    7 /13(REUTERS/Ricardo Moraes)

    Custo do estádio: 532,6 milhões Número de jogos: 5 (incluindo uma oitava de final) Jogos da 1ª fase: Costa do Marfim x Japão, Itália x Costa Rica, Croácia x México, EUA x Alemanha.
  • 8. 8º Arena das Dunas (Natal) - R$ 100 milhões por jogo

    8 /13(Portal da Copa)

    Custo do estádio: R$ 400 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: México x Camarões, Gana x EUA, Japão x Grécia, Itália x Uruguai
  • 9. 9º Arena Fonte Nova (Salvador) - R$ 98,6 milhões por jogo

    9 /13(Governo Federal/Portal da Copa)

    Custo do estádio: R$ 591,7 milhões Número de jogos: 6 (incluindo um nas oitavas e um nas quartas-de-final) Jogos da 1ª fase: Espanha x Holanda, Alemanha x Portugal, Suiça x França, Bósnia e Herzegovina x Irã
  • 10. 10º Arena Castelão (Fortaleza) - R$ 96,4 milhões por jogo

    10 /13(Danilo Borges/Portal da Copa)

    Custo do estádio: R$ 518,6 milhões Número de jogos:6 (incluindo um nas oitavas e um nas quartas-de-final) Jogos da 1ª fase: Uruguai x Costa Rica, Brasil x México, Alemanha x Gana, Grécia x Costa do Marfim.
  • 11. 11º Arena da Baixada (Curitiba) - R$ 82,5 milhões por jogo

    11 /13(Divulgação/ CAP)

    Custo do estádio: R$ 330 milhões Número de jogos: 4 (todos na primeira fase) Jogos da 1ª fase: Irã x Nigéria, Honduras x Equador, Austrália x Espanha, Argélia x Rússia.
  • 12. 12º Beira-Rio (Porto Alegre) - R$ 66 milhões por jogo

    12 /13(Evandro Oliveira/PMPA)

    Custo do estádio:R$ 330 milhõesNúmero de jogos: 5 (incluindo um das oitavas de final)Jogos da 1ª fase: França x Honduras, Austrália x Holanda, Coréia do Sul x Argélia, Nigéria x Argentina
  • 13. Veja agora quais são os estádios da Copa que mais utilizaram recursos públicos

    13 /13(Divulgação/ Consórcio Maracanã 2014)

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