Brasil

Precisando de voto, Ciro vai ao Tocantins e acena ao agronegócio

Segundo a pesquisa Datafolha divulgada nesta semana, Ciro é o segundo candidato que mais tem a ganhar com a ausência de Lula na disputa

CIRO GOMES E KÁTIA ABREU: o candidato do PDT viaja com sua vice ao Tocantins, onde eles terão reunião com representantes do agronegócio / REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/Reuters)

CIRO GOMES E KÁTIA ABREU: o candidato do PDT viaja com sua vice ao Tocantins, onde eles terão reunião com representantes do agronegócio / REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2018 às 06h09.

Última atualização em 24 de agosto de 2018 às 07h10.

Qual o peso da agricultura para as eleições presidenciais? Um dos setores mais influentes no congresso, e decisivos no PIB, deve começar a ser mais diretamente cortejado nesta sexta-feira por um candidato que precisa subir nas pesquisas. Trata-se de Ciro Gomes (PDT), que desembarca nesta sexta-feira em Palmas, capital do Tocantins, para cumprir agenda com representantes do agronegócio e apresentar seu projeto de desenvolvimento para o país.

Acompanhado por sua candidata a vice, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), Ciro tenta, com a viagem, ampliar seu eleitorado numa região sem tantos adeptos ao petismo. Possível herdeiro dos votos do ex-presidente Lula (PT), cuja candidatura deve ser barrada pela Lei da Ficha Limpa, Ciro não tem conseguido ampliar sua intenção de voto nas pesquisas.

Segundo a pesquisa Datafolha divulgada nesta semana, Ciro é o segundo candidato que mais tem a ganhar com a ausência do ex-presidente na disputa: no cenário sem Lula, seu percentual sai de 5% para 10%. No caso de Marina Silva (Rede), o salto é de 8% para 16%. O levantamento da CNT/MDA mostra Ciro com 9,6% das intenções de voto caso Lula não concorra —Haddad, o vice-candidato da chapa petista apontado como o substituto do ex-presidente, tem 17%, já Marina, 12%.

Após ter visto sua chance de aliança com o PSB ser aniquilada por articulações de Lula, Ciro perdeu espaço como o candidato mais competitivo da esquerda para o nome do PT. Ao que indica a agenda de viagem, que tem reunião marcada com membros do agronegócio no Centro-Oeste, a ideia do pedetista agora é tentar cavar espaço onde a disputa com os petistas não é tão acirrada.

O Tocantins, estado natal de Kátia Abreu, é apenas o 24º colégio eleitoral do país, com cerca de 1 milhão de eleitores, mas faz parte da região Norte, onde a intenção de voto de Lula é um pouco menor: 45% (ante 59% no Nordeste). No Centro-Oeste, próximo destino de Ciro, o petista tem 30% dos votos.

Ciro trava uma batalha para capturar votos lulistas e tentar, assim, chegar a um hoje longínquo segundo turno. A competição é dura. Conforme mostrou reportagem da EXAME, o PT publicou e depois apagou uma imagem de uma proposta chamada “Nome Limpo”, similar a do pedetista, que afirmou que quer “limpar o nome” de 63 milhões de brasileiros no SPC.

Acompanhe tudo sobre:Ciro GomesEleiçõesEleições 2018Exame Hoje

Mais de Brasil

Rio usa drone para monitorar Réveillon, identificar foragidos e flagrar crimes na cidade

Queda no desemprego em 2024 é consistente, diz coordenadora do IBGE

Processo de extradição de Oswaldo Eustáquio avança na Espanha

Rodovias concedidas em São Paulo devem receber 3,8 milhões de veículos