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Por que não há presos por atos de vandalismo em Brasília?

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal disse que "não foram constatadas prisões relacionadas aos distúrbios civis ocorridos"

Carro queimado durante protestos antidemocráticos em Brasília nesta segunda-feira, 12 de dezembro (Evaristo Sá/AFP)

Carro queimado durante protestos antidemocráticos em Brasília nesta segunda-feira, 12 de dezembro (Evaristo Sá/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de dezembro de 2022 às 16h21.

Os atos de vandalismo na noite desta segunda-feira, 12, na capital federal terminaram sem que nenhum do autores dos episódios de violência fossem presos. Os manifestantes, que pregam uma intervenção militar para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tocaram fogo em pelo menos oito veículos, apedrejaram uma caminhonete do Corpo de Bombeiros, tentaram invadir a sede da Polícia Federal e atacar diversos prédios públicos e privados na área central de Brasília.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal disse que "não foram constatadas prisões relacionadas aos distúrbios civis ocorridos". Segundo a pasta, "para redução dos danos e para evitar uma escalada ainda maior dos ânimos, a ação da Polícia Militar se concentrou na dispersão dos manifestantes".

Na noite de ontem, o governador Ibaneis Rocha (MDB) chegou, no entanto, a dizer que a ordem era prender os vândalos.

LEIA TAMBÉM: Secretaria diz que identificará pessoas que cometeram infrações na manifestação em Brasília

Durante os protestos violentos, bujões de gás foram colocados ao lado de veículos que foram incendiados. Pedaços de concreto e pedras colocadas no meio de vias para impedir a passagem de carros. Na ação de ontem, a PM usou bombas de gás e balas de borracha, mas não se aproximou de nenhum grupo.

Nem mesmo os homens que tentaram jogar um ônibus de cima de um viaduto e depois atearam fogo no veículo foram abordados. Vídeos e fotos da depredação mostram que os policiais guardavam distância dos vândalos.

Apesar da ausência de prisões até o momento, o governo do Distrito Federal afirmou que os autores dos ataques, "uma vez identificados, serão responsabilizados". Ainda de acordo com a Secretaria, a Polícia Federal vai investigar "os crimes relacionados aos atos que atentem contra a instituição e crimes de natureza federal".

Diferente do que aconteceu neste ano, nos protestos que se iniciaram em junho de 2013, o catador de latas Rafael Braga chegou a ser preso preventivamente durante os atos. Acusado de ter dois coquetéis molotov, ele foi condenado por portar material explosivo.

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Em 2017, Braga teve a prisão convertida em domiciliar. Além dele, a ativista Elisa Quadros, conhecida como "Sininho" e outros quatro manifestantes que participaram dos protestos foram presos em 2014. Posteriormente, eles foram soltos.

Em entrevista coletiva ontem, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que as medidas de repressão serão tomadas. Dino lembrou que o motivo alegado pelos bolsonaristas para começarem os ataques foi justamente a determinação para que um dos radicais fosse preso.

"As medidas de responsabilização já adotadas, as que foram adotadas hoje e que serão adotadas irão prosseguir. Não há hipótese de haver passos atrás na garantia da ordem pública em razão da violência. Estado brasileiro tem o dever de agir", declarou.

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