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Por coronavírus, comerciantes avaliam adiar Dia das Mães para julho

Segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro, a conversa está em estágio muito inicial

Compras; (FilippoBacci/Getty Images)

Compras; (FilippoBacci/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 15 de abril de 2020 às 12h12.

A pandemia de coronavírus — que já afetou as celebrações da Páscoa por todo o mundo — também vai desencadear adaptações em outras datas comemorativas. O Dia das Mães, no segundo domingo de maio, está ameaçado. Alguns comerciantes já cogitam transferir a data para 12 de julho, como foi noticiado pelo colunista Ancelmo Gois. Segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro e do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro, Aldo Gonçalves, a conversa está em estágio muito inicial.

O consultor de varejo Luiz Antonio Cruz Secco aprova: "Seria como um Dia das Mães 2.0, em que as pessoas estariam muito ansiosas em celebrar junto à família. Mas, para isso acontecer, precisamos que órgãos de classe e lojas de departamento se unam para divulgar a ideia".

Festejos religiosos

A também tradicional festa do Santo Guerreiro foi não acontecerá no dia 23. As missas que celebram São Jorge foram suspensas, assim como encontros presenciais em terreiros de umbanda, que comemoram na mesma data Ogum.

Pela primeira vez em 75 anos, a festa para São Jorge, que reúne milhares de fiéis na Paróquia de Quintino, na Zona Norte, será adiada. O padre Dirceu Rigo vai fechar a igreja, mas promete transmitir missas pela internet. E também reagendar a celebração. A ideia é que a comemoração seja feita em 23 de agosto ou de setembro, a depender da evolução da pandemia.

"A igreja vai estar fechada, mas vamos celebrar o tradicional toque da alvorada às 5h, com transmissão pela internet. Serão pelo menos quatro missas ao longo do dia. Estarão dentro da igreja no máximo seis pessoas, entre cinegrafista, gente que vai ler passagens do Evangelho e músicos. Já avisei aos fiéis e vou gravar um vídeo reiterando o pedido para os devotos ficarem em casa", diz padre Rigo.

Acostumado a uma multidão — cerca de 1,5 milhão de pessoas passou pela paróquia, no ano passado, no Dia de São Jorge —, ele não esconde a tristeza: "Na Páscoa, já foi assim. Senti falta da alegria e da devoção do povo".

No Centro do Rio, a Igreja de São Jorge também estará fechada e não celebrará a tradicional sequência de 11 missas, que chega a atrair 180 mil fiéis a cada dia 23 de abril. A preocupação do padre Wagner Toledo com aglomerações é tanta que ele resolveu transmitir uma missa e uma oração virtuais, mas de uma paróquia diferente para evitar que fiéis fiquem diante do templo.

Ele também diz que as famílias acostumadas a celebrar o santo com grandes festas precisam se adaptar: "Que tal fazer quentinhas para distribuir aos mais necessitados?"

As redes sociais também ajudarão os frequentadores dos centros de umbanda a homenagear Ogum. A Casa de Cláudia — a Morada da Fé, de São João de Meriti, fará uma live pelo Facebook nas primeiras horas do dia 23 para saudar a alvorada.

"Num momento como este, não podemos deixar o dia passar em branco. Temos que nos unir num pensamento muito forte, pedindo a proteção de Ogum", diz a dirigente da Casa, Marilena Mattos.

Ela conta que, nos últimos anos, a celebração a Ogum cresceu muito no local, com ritos ao longo de todo o dia. Esta será a primeira vez que não haverá atividades na casa. O mesmo acontece no Templo Umbandista Maria Conga do Congo, no Estácio, que deixará de festejar pela primeira vez em seus 47 anos de existência.

"Sempre montamos uma grande mesa de frutas e fazemos orações. Agora, estamos marcando uma grande corrente para o dia 23, com todos concentrados às 18h, cada um em sua casa, mentalizando uma gigantesca nuvem verde, que é a cor da cura, abraçando a Terra com a força de Ogum", diz a sacerdotisa do templo, Fátima Dantas.

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