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Policial que matou turista na Rocinha recebe liberdade provisória

O tenente foi preso na segunda-feira junto a outro policial militar depois que uma espanhola de 67 anos foi morta dentro de um carro

Rocinha: segundo a PM, os agentes envolvidos no caso não respeitaram os procedimentos (Ricardo Moraes/Reuters)

Rocinha: segundo a PM, os agentes envolvidos no caso não respeitaram os procedimentos (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de outubro de 2017 às 16h13.

Última atualização em 24 de outubro de 2017 às 16h14.

Rio de Janeiro - O tenente da Polícia Militar que efetuou o disparo que matou uma turista espanhola na favela carioca da Rocinha recebeu liberdade provisória, nesta terça-feira, em audiência de custódia no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, mas foi afastado das ruas e responderá por homicídio, informou a corte.

O tenente foi preso na segunda-feira junto a outro policial militar depois que uma espanhola de 67 anos foi morta dentro de um carro particular cujo motorista não atendeu a uma ordem dos policiais para parar em uma blitz em um ponto da favela, o que levou os policiais a abrirem fogo contra o carro, segundo a PM. O outro policial preso já havia sido solto.

De acordo com a Polícia Militar, os PMs envolvidos no caso não respeitaram os procedimentos que devem ser usados em casos em que veículos desobedecem ordens de parada feitas por policiais. A Corregedoria da PM abriu um inquérito.

Em audiência de custódia realizada nesta terça-feira no TJRJ, o juiz Juarez Costa de Andrade argumentou que não há justificativa para a manutenção da prisão.

"Neste contexto, se, de um lado, o trágico acontecimento repercutiu nesta capital e no mundo, fato é que o custodiado estava trabalhando, possui imaculada ficha funcional, não havendo indícios de que solto possa reiterar o comportamento criminoso ocorrido à luz do dia", afirmou o juiz na decisão, acrescentando que o PM deve ser afastado do exercício de policiamento ostensivo, além de ficar proibido de manter contato com testemunhas, inclusive com colegas que participavam da ação na Rocinha.

A Rocinha, uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, tem vivido há mais de um mês confrontos violentos devido a uma disputa entre traficantes rivais.

As Forças Armadas já foram acionadas para intervir na comunidade duas vezes nesse período, mas nem as tropas federais nem as forças de segurança do Estado conseguiram controlar a situação.

Antes da morte da turista espanhola, dois policiais militares ficaram feridos em um confronto com suspeitos dentro da favela também na segunda-feira. Desde o início da disputa pelo comando do tráfico de drogas na Rocinha, ao menos 11 pessoas morreram em virtude da disputa.

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