Policiais que investigam caso Bolsonaro vão para Brasília
Investigação vai tramitar na sede da Polícia Federal, em Brasília. Principal linha de investigação é que Adélio Bispo de Oliveira tenha agido sozinho
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de setembro de 2018 às 10h39.
Juiz de Fora - Os policiais federais de Brasília e Belo Horizonte que estavam em Juiz de Fora para colher dados sobre o ataque ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), foram neste sábado (8), para a sede da Polícia Federal em Brasília, onde ele a investigação vai tramitar. O notebook e os celulares encontrados na pensão onde o autor da facada, Adelio Bispo de Oliveira, estava, em Juiz de Fora, também foram levados para serem periciados em Brasília. Se houver necessidade de novos depoimentos para a polícia, eles deverão ser prestados por videoconferência.
Oliveira deixou Juiz de Fora nesta manhã, transferido para um presídio federal de Campo Grande (MS). A autorização foi dada pela juíza Patrícia Alencar Teixeira de Carvalho, da 2ª Vara Federal de Juiz de Fora, em audiência de custódia, nesta sexta-feira, 7.
Uma fonte da Polícia Federal disse que a principal linha de investigação é que o pedreiro tenha agido sozinho no momento do crime, mas nenhuma possibilidade está descartada. Até agora, não foram comprovados vínculos de outros detidos durante a passeata na Praça Halfed na ação contra o candidato.
O próximo passo, segundo o policial, é "focar" em Adélio. Ou seja, ver se ele teve algum outro mentor por trás do crime, mas que tenha participado do momento da ação. Para isso, estão sendo apurados a rede de contatos do pedreiro, com quem ele se relacionou nos últimos dias, suas conversas e onde ele esteve nos últimos meses.
Anteriormente, tinha se levantado a hipótese de que Hugo Ricardo Bernardo e Bruno Pereira da Silva, detidos por confrontos com grupos pró-Bolsonaro, teriam participado da ação. Porém, nenhum vínculo dos dois homens com Oliveira foi identificado até o momento.
Já uma mulher que aparece em um vídeo supostamente passando a faca para Adélio em vídeos replicados em grupos do Whatsapp já foi identificada pela polícia e prestará depoimento, mas também não há provas de seu envolvimento com o crime.O vídeo, segundo o policial, passará por perícia.
Hugo e Bruno foram ouvidos como suspeitos pela PF e liberados logo em seguida. Hugo está internado no Hospital e Maternidade Terezinha de Jesus onde passará por uma cirurgia no início da próxima semana. Segundo uma funcionária do hospital, ele deslocou a clavícula em um dos confrontos.