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Polícia matou 27 pessoas em SP nos primeiros 40 dias do ano

Os números indicam que pelo menos seis casos ocorreram no feriado de carnaval e na Quarta-Feira de Cinzas


	Violência policial: em janeiro, foram contabilizados pela ouvidoria um total de 20 mortes causadas por policiais
 (Nelson Almeida / AFP)

Violência policial: em janeiro, foram contabilizados pela ouvidoria um total de 20 mortes causadas por policiais (Nelson Almeida / AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2016 às 17h54.

São Paulo - Desde o início do ano, 27 pessoas foram mortas por policiais na capital paulista, segundo levantamento da Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo.

Os números, repassados à Agência Brasil, indicam que pelo menos seis casos ocorreram no feriado de carnaval e na Quarta-Feira de Cinzas.

Na terça-feira (9), duas pessoas foram mortas por policiais, uma delas por um agente que estava de folga, na região do Morumbi, zona oeste paulistana.

“Quando ele [policial] se apresenta como de folga, na realidade ele está no bico, exercendo uma função que ele não poderia estar exercendo”, disse o ouvidor das polícias, Júlio César Fernandes, referindo-se aos agentes que fazem trabalhos extras como seguranças privados.

Ontem (10), a ouvidoria registrou três casos: dois classificados como confronto, na zona norte, e o outro, com duas mortes, também na região do Morumbi. Em fevereiro, há ainda mais um caso, no último dia 3, na Vila Leopoldina, zona oeste da cidade.

Em janeiro, foram contabilizados pela ouvidoria um total de 20 mortes causadas por policiais. “É bem violento. A coisa continua em ritmo de escalada”, destacou o ouvidor sobre o número de ocorrências.

Em 2015, segundo a ouvidoria, policiais mataram 862 pessoas em todo o estado de São Paulo. “O que nós achamos um negócio absurdo, fora de propósito”, enfatizou o ouvidor sobre os números do ano passado.

Para Fernandes, a elevada letalidade policial está ligada à falta de apuração dos casos e punição dos agentes envolvidos.

“O que vem ocorrendo é que esses inquéritos e esses boletins de ocorrência são classificados como confronto e no fim vai tudo para o arquivo”, criticou.

Como forma de aumentar o rigor das investigações, o ouvidor defende a reativação da comissão da letalidade, grupo com representantes dos órgãos de segurança pública e da sociedade civil que acompanhava inquéritos desse tipo.

“Precisamos que a comissão da letalidade seja reativada no âmbito da Secretaria de Segurança Pública, para que não só o comando da Polícia Militar, mas a sociedade civil veja caso por caso as razões de isso estar acontecendo”.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo disse que só vai comentar os números da letalidade policial na próxima divulgação oficial das estatísticas, que são apresentadas trimestralmente.

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