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PMDB não pode fazer "graça" com reajustes, diz Jereissati

Segundo o senador, toda a base aliada precisa deixar claro seu posicionamento em relação ao assunto

Jereissati: para o tucano, o Palácio do Planalto precisa definir seu posicionamento e o partido de Temer, assumir se é governo ou se quer fazer "graça" para "alguns" (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2016 às 17h56.

Brasília - O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) cobrou nesta quarta-feira, 24, uma definição de posição do governo do presidente em exercício Michel Temer e do PMDB em relação ao reajuste do funcionalismo público, em especial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para o tucano, o Palácio do Planalto precisa definir seu posicionamento e o partido de Temer, assumir se é governo ou se quer fazer "graça" para "alguns".

"O governo precisa definir, e o seu partido, que é o PMDB, precisa assumir sua posição: se é governo ou se quer fazer graça para alguns", afirmou Tasso em entrevista no Senado.

Segundo ele, toda a base aliada precisa deixar claro seu posicionamento em relação ao assunto.

"Partido de governo tem muitos bônus, mas muitos ônus também. Cabe à base assumir sua posição. Não dá para ficar brincando de um lado ou outro, conforme as circunstâncias."

Tasso avaliou que o Brasil está vivendo um "paradoxo", pois, enquanto enfrenta um crise fiscal "sem precedentes", o PMDB, com aval do governo, articula a votação no Senado de reajustes salariais para o funcionalismo público.

Nesta quarta-feira, dois dias após o Planalto defender publicamente segurar a votação dos reajustes, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), marcou a votação do reajuste dos ministros do STF para 6 de setembro.

Outro sinal do governo a favor dos reajustes foi dado nesta terça-feira, 23, quando o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), ex-presidente do PMDB e próximo de Temer, apresentou relatório paralelo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) a favor do reajuste dos salários dos ministros do Supremo.

O relatório foi um contraponto ao parecer do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), contra a concessão dos aumentos salariais aos ministros.

"A gente não entende a posição do PMDB. Porque o PMDB está começando a parecer que não está no governo. Porque o governo dá uma sinalização para a gente, e outra para fora", afirmou.

Para o tucano, o governo está dando "sinais trocados" para a população. "Como vamos pedir da população sacrifícios para reformas como a da Previdência e, ao mesmo tempo, estamos dando aumento a uma pequena elite acima da inflação?", questionou.

Tasso Jereissati afirmou que, se o governo encampar a aprovação dos reajustes no Senado, o PSDB terá que fazer uma discussão clara e interna sobre como se posicionará a partir de então, "porque o futuro do ajuste fiscal fica ameaçado".

"Essa é a decisão que tínhamos entendido (votar contra os reajustes). Mas se o governo não está empenhado nisso...", afirmou o parlamentar cearense na entrevista.

O tucano prevê que vai ser "difícil" o PSDB continuar no governo. "Não pode simplesmente o PSDB defender tudo aquilo que não é popular, não é agradável para alguns setores, principalmente setores poderosos, que ninguém quer ter desgaste, e o partido do governo ficar fazendo gracinha com esse movimento. Isso não é possível, não vai dar certo", disse.

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Brasília - O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) cobrou nesta quarta-feira, 24, uma definição de posição do governo do presidente em exercício Michel Temer e do PMDB em relação ao reajuste do funcionalismo público, em especial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para o tucano, o Palácio do Planalto precisa definir seu posicionamento e o partido de Temer, assumir se é governo ou se quer fazer "graça" para "alguns".

"O governo precisa definir, e o seu partido, que é o PMDB, precisa assumir sua posição: se é governo ou se quer fazer graça para alguns", afirmou Tasso em entrevista no Senado.

Segundo ele, toda a base aliada precisa deixar claro seu posicionamento em relação ao assunto.

"Partido de governo tem muitos bônus, mas muitos ônus também. Cabe à base assumir sua posição. Não dá para ficar brincando de um lado ou outro, conforme as circunstâncias."

Tasso avaliou que o Brasil está vivendo um "paradoxo", pois, enquanto enfrenta um crise fiscal "sem precedentes", o PMDB, com aval do governo, articula a votação no Senado de reajustes salariais para o funcionalismo público.

Nesta quarta-feira, dois dias após o Planalto defender publicamente segurar a votação dos reajustes, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), marcou a votação do reajuste dos ministros do STF para 6 de setembro.

Outro sinal do governo a favor dos reajustes foi dado nesta terça-feira, 23, quando o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), ex-presidente do PMDB e próximo de Temer, apresentou relatório paralelo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) a favor do reajuste dos salários dos ministros do Supremo.

O relatório foi um contraponto ao parecer do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), contra a concessão dos aumentos salariais aos ministros.

"A gente não entende a posição do PMDB. Porque o PMDB está começando a parecer que não está no governo. Porque o governo dá uma sinalização para a gente, e outra para fora", afirmou.

Para o tucano, o governo está dando "sinais trocados" para a população. "Como vamos pedir da população sacrifícios para reformas como a da Previdência e, ao mesmo tempo, estamos dando aumento a uma pequena elite acima da inflação?", questionou.

Tasso Jereissati afirmou que, se o governo encampar a aprovação dos reajustes no Senado, o PSDB terá que fazer uma discussão clara e interna sobre como se posicionará a partir de então, "porque o futuro do ajuste fiscal fica ameaçado".

"Essa é a decisão que tínhamos entendido (votar contra os reajustes). Mas se o governo não está empenhado nisso...", afirmou o parlamentar cearense na entrevista.

O tucano prevê que vai ser "difícil" o PSDB continuar no governo. "Não pode simplesmente o PSDB defender tudo aquilo que não é popular, não é agradável para alguns setores, principalmente setores poderosos, que ninguém quer ter desgaste, e o partido do governo ficar fazendo gracinha com esse movimento. Isso não é possível, não vai dar certo", disse.

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