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PMDB dá trégua a Dilma na busca por espaço no governo

Partido decidiu dar uma trégua depois de ouvir que qualquer decisão só será tomada no final deste mês ou início de fevereiro


	Dilma Rousseff: PMDB, do vice-presidente Michel Temer, cobra mais espaço nos ministérios do Governo Dilma
 (REUTERS/Paulo Whitaker)

Dilma Rousseff: PMDB, do vice-presidente Michel Temer, cobra mais espaço nos ministérios do Governo Dilma (REUTERS/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 19h31.

Brasília - Depois de ouvir de Dilma Rousseff a informação de que qualquer decisão sobre a reforma ministerial só será tomada no final deste mês ou início de fevereiro, o PMDB decidiu dar uma trégua à presidente da República nas cobranças por mais espaço na Esplanada dos Ministérios. A partir de agora, vai aumentar a pressão para que o PT apoie o partido nas candidaturas aos governos do Rio de Janeiro, Ceará e Mato Grosso do Sul, retirando os nomes já apresentados.

Na reunião de quarta-feira, 15, à noite, no Palácio do Jaburu - residência oficial do vice-presidente Michel Temer -, o partido concluiu que Dilma de fato o considera um parceiro preferencial para o projeto da reeleição. Afinal, em menos de 48 horas ela dedicou cinco horas de seu tempo para ouvir os dirigentes peemedebistas - duas horas e meia na segunda-feira, 13, quando disse que estava difícil encontrar mais um lugar no primeiro escalão para o PMDB, e duas horas e meia na tarde de ontem, quando disse a Temer e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que ainda não decidiu nada e deu novas esperanças ao partido de aumentar sua cota de ministérios.

Por isso mesmo, de acordo com informações de peemedebistas que participaram da reunião no Jaburu, a conversa envolvendo a questão ministerial durou menos de quinze minutos. O restante do tempo foi tomado por relatos de líderes do PMDB do Rio de Janeiro, Ceará e Paraná sobre as relações ruins com o PT nesses Estados. O presidente interino da legenda, senador Valdir Raupp (RO), falou das relações difíceis com os petistas em Estados como Mato Grosso do Sul, Paraíba e Piauí.

No encontro que teve com Temer e Renan, Dilma falou da importância do PMDB para o projeto da reeleição. Disse que não podia abrir mão da ajuda do partido. Satisfeito, o PMDB decidiu que ajudará o PT a manter o seu projeto nacional. Mas exigirá a contrapartida para eleger o máximo possível de governadores e aumentar a bancada de deputados. Hoje, tem 76, 12 a menos que o PT, que tem a maior bancada na Câmara. Para o partido, só é possível dividir o poder com os petistas se a legenda dispuser de força suficiente na Câmara e no Senado, na base de sustentação no Congresso, e nos governos estaduais.

Melhora

Valdir Raupp (RO) disse ontem que o clima no partido melhorou em relação ao governo. "Não vamos pressionar a presidente Dilma", afirmou Raupp. "O tempo da reforma ministerial é dela." Dilma viajará no próximo dia 22 para participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, e, depois, irá para Havana, onde comparecerá à cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), só retornando ao Brasil no dia 29. Somente depois disso reiniciará as conversas para a reforma no primeiro escalão.

Embora o PMDB tenha baixado o tom, nos bastidores, dirigentes do partido afirmam que pretendem conversar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre alianças. "A questão é política e o articulador político desse processo para a montagem dos palanques regionais é Lula", afirmou o senador Eunício Oliveira, pré-candidato do PMDB ao governo do Ceará, onde não há acordo com o PT. "Nós confiamos na competência da presidente para definir os espaços que os partidos aliados merecem ter, pelo seu tamanho, qualidade e importância neste ano eleitoral de 2014", disse o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

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