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PMDB aceita Ministério dos Transportes, mas só turbinado

A cúpula do partido só está disposta a aceitar o posto se o ministério voltar a ser fortalecido dentro da estrutura de poder, participando diretamente de ações importantes


	A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente peemedebista Michel Temer
 (Ricardo Stuckert Filho/PR)

A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente peemedebista Michel Temer (Ricardo Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 10h26.

Brasília - Dirigentes do PMDB já admitem que o partido deverá receber mesmo o comando do Ministério dos Transportes dentro da reforma do primeiro escalão que a presidente Dilma Rousseff deverá fazer possivelmente nas próximas duas semanas.

A cúpula do partido, porém, só está disposta a aceitar o posto se o ministério voltar a ser fortalecido dentro da estrutura de poder do governo, participando diretamente de ações importantes. Nesse caso, o PMDB deverá indicar o deputado federal mineiro Leonardo Quintão para o cargo.

Os peemedebistas nunca esconderam seu interesse pela área dos Transportes, considerada de grande capilaridade regional, com orçamento expressivo e relevante para atuação política.

O problema é que desde a queda do antigo ministro, o senador Alfredo Nascimento (PR-AM), em 2011, desgastado pelos escândalos envolvendo o ministério, a pasta foi perdendo força dentro do governo. Por orientação de Dilma, atribuições que caberiam normalmente aos Transportes acabaram sendo transferidas a outras instâncias do governo.

O comando do Dnit, responsável por tocar cobiçadas obras rodoviárias, por exemplo, foi blindado depois da faxina promovida por Dilma dentro do ministério. Para comandar o órgão, repleto de denúncias de irregularidades, foi nomeado um militar, o general Jorge Fraxe, numa tentativa de despolitizar as atividades do departamento e ampliar os mecanismos de controle do uso dos seus recursos.


O próprio perfil do comando do ministério foi alterado. Em vez de um político, a pasta foi entregue ao então secretário executivo, Paulo Sérgio Passos. Embora filiado ao PR, Passos sempre teve perfil técnico. Tanto que sua nomeação foi considerada pela cúpula do PR como sendo da cota pessoal da presidente, não representando o partido.

Peemedebistas admitem que receber o ministério esvaziado não é interessante. Lembram que o atual ministro sequer é convidado para participar do road show do governo no exterior para atrair possíveis investidores estrangeiros interessados nas concessões disponíveis.

Até o momento, a sinalização do Planalto é que a pasta poderá ser turbinada como deseja o PMDB. O problema é que Dilma pretende manter algum tipo de controle para evitar que os Transportes voltem a ser foco de irregularidades, como ocorreu no primeiro ano de mandato.

Se essa equação for resolvida, o PMDB desistirá de cobrar a fatura pelo apoio dado ao PT na campanha municipal pela Prefeitura de São Paulo, quando ajudou o petista Fernando Haddad a se eleger. O acordo original previa a nomeação para o Ministério de Ciência e Tecnologia do deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), cujo apoio no segundo turno contribuiu para a vitória de Haddad.

As denúncias envolvendo Chalita com suposto recebimento de propina quando era secretário estadual de Educação sepultaram suas chances de assumir algum cargo no primeiro escalão.

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