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PM quer fazer vistorias em ônibus antes de rolezinho

Comandante afirmou que serão promovidas "ações de inteligência" nos coletivos, incluindo revistas em passageiros considerados "suspeitos"

Policiais dispersam jovens durante "rolezinho" no Shopping Metrô Itaquera, em São Paulo (Reprodução/Youtube)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 18h00.

Rio - Para evitar que o ` rolezinho ' agendado para domingo, 19, à tarde no Shopping Leblon termine em confusão, a Polícia Militar (PM) planeja fazer vistorias nos ônibus que passam pelo bairro, na zona sul do Rio.

O comandante do 23º Batalhão (Leblon), tenente-coronel Marcus Amaral, afirmou que serão promovidas "ações de inteligência" nos coletivos, incluindo revistas em passageiros considerados "suspeitos" e que, eventualmente, façam "baderna".

Amaral reuniu-se nesta quarta-feira, 15, com a direção do shopping, um dos mais sofisticados da capital fluminense. Ele avisou que as ruas próximas ao centro de compras terão reforço de 50% do efetivo normal dos domingos. Amaral não disse quantos policiais serão designados para o serviço.

Até esta quarta-feira, mais de 8.200 internautas haviam confirmado presença no evento pelo Facebook. "Os policiais ficarão nas proximidades e só entrarão no shopping se houver problema. A direção do estabelecimento prometeu aumentar o número de seguranças e intensificará a vigilância com câmeras", disse.

De acordo com o presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ), Bruno Melaragno, a abordagem preventiva em ônibus só reforça o preconceito contra moradores de fora da zona sul.

"Por melhor que seja a intenção da polícia, não há como fugir do preconceito nesse caso. Quem vai ser abordado nos ônibus? Naturalmente, os negros oriundos do subúrbio, que, naturalmente, serão muitos, se fizer sol no domingo. A polícia só pode, ou melhor, deve prender quem estiver cometendo crime", disse.


A PM manterá uma tropa de prontidão na sede do 23º Batalhão. O Shopping Leblon fica a poucos metros de três delegacias (Divisão Antissequestro, Delegacia de Apoio ao Turismo e 14ª DP). A Polícia Civil ainda não anunciou se reforçará o efetivo dessas unidades.

A PM também vai monitorar outros shoppings da área do 23º Batalhão, como o Rio Design Leblon, o Shopping da Gávea e o São Conrado Fashion Mall, para evitar que, por causa do reforço no policiamento, o "rolezinho" migre para outros centros de compras. Funcionários disseram nesta quarta que ainda não receberam orientações da direção do shopping sobre o que fazer se houver tumulto.

"Os lojistas estão apreensivos, sem saber o que vai acontecer. Com certeza, o shopping vai ter a segurança reforçada. Eles sempre foram rigorosos", disse um funcionário de uma papelaria. "Esse boato de `rolezinho' passa de boca em boca há dias, mas ninguém achou que fosse prosperar. Agora que apareceu na mídia, estamos receosos", disse a vendedora de uma loja de telefones celulares.

Nesta segunda-feira, 13, a direção do Shopping Leblon afirmou que seriam tomadas "as medidas cabíveis para garantir a segurança aos seus lojistas, consumidores e funcionários", sem detalhar quais. Tampouco disse se vai à Justiça para impedir a realização do "rolezinho", como aconteceu em São Paulo. Procurada hoje pela reportagem, a direção do estabelecimento não se manifestou.

O secretário estadual de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou nesta terça-feira, 14, que a polícia não atuará, preventivamente, dentro dos shoppings. "Não vejo crime (nos 'rolezinhos').

Se vier a ocorrer uma incidência criminal, a polícia vai atuar." Foi criado hoje no Facebook o evento "Rolezin Black Bloc na Zona Sul", de acordo com o qual, após o ato no shopping, às 18 horas de domingo, uma caminhada pela orla do Leblon deve reunir o grupo que ficou conhecido por praticar atos de vandalismo durante os protestos promovidos durante em 2012.

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Rio - Para evitar que o ` rolezinho ' agendado para domingo, 19, à tarde no Shopping Leblon termine em confusão, a Polícia Militar (PM) planeja fazer vistorias nos ônibus que passam pelo bairro, na zona sul do Rio.

O comandante do 23º Batalhão (Leblon), tenente-coronel Marcus Amaral, afirmou que serão promovidas "ações de inteligência" nos coletivos, incluindo revistas em passageiros considerados "suspeitos" e que, eventualmente, façam "baderna".

Amaral reuniu-se nesta quarta-feira, 15, com a direção do shopping, um dos mais sofisticados da capital fluminense. Ele avisou que as ruas próximas ao centro de compras terão reforço de 50% do efetivo normal dos domingos. Amaral não disse quantos policiais serão designados para o serviço.

Até esta quarta-feira, mais de 8.200 internautas haviam confirmado presença no evento pelo Facebook. "Os policiais ficarão nas proximidades e só entrarão no shopping se houver problema. A direção do estabelecimento prometeu aumentar o número de seguranças e intensificará a vigilância com câmeras", disse.

De acordo com o presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ), Bruno Melaragno, a abordagem preventiva em ônibus só reforça o preconceito contra moradores de fora da zona sul.

"Por melhor que seja a intenção da polícia, não há como fugir do preconceito nesse caso. Quem vai ser abordado nos ônibus? Naturalmente, os negros oriundos do subúrbio, que, naturalmente, serão muitos, se fizer sol no domingo. A polícia só pode, ou melhor, deve prender quem estiver cometendo crime", disse.


A PM manterá uma tropa de prontidão na sede do 23º Batalhão. O Shopping Leblon fica a poucos metros de três delegacias (Divisão Antissequestro, Delegacia de Apoio ao Turismo e 14ª DP). A Polícia Civil ainda não anunciou se reforçará o efetivo dessas unidades.

A PM também vai monitorar outros shoppings da área do 23º Batalhão, como o Rio Design Leblon, o Shopping da Gávea e o São Conrado Fashion Mall, para evitar que, por causa do reforço no policiamento, o "rolezinho" migre para outros centros de compras. Funcionários disseram nesta quarta que ainda não receberam orientações da direção do shopping sobre o que fazer se houver tumulto.

"Os lojistas estão apreensivos, sem saber o que vai acontecer. Com certeza, o shopping vai ter a segurança reforçada. Eles sempre foram rigorosos", disse um funcionário de uma papelaria. "Esse boato de `rolezinho' passa de boca em boca há dias, mas ninguém achou que fosse prosperar. Agora que apareceu na mídia, estamos receosos", disse a vendedora de uma loja de telefones celulares.

Nesta segunda-feira, 13, a direção do Shopping Leblon afirmou que seriam tomadas "as medidas cabíveis para garantir a segurança aos seus lojistas, consumidores e funcionários", sem detalhar quais. Tampouco disse se vai à Justiça para impedir a realização do "rolezinho", como aconteceu em São Paulo. Procurada hoje pela reportagem, a direção do estabelecimento não se manifestou.

O secretário estadual de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou nesta terça-feira, 14, que a polícia não atuará, preventivamente, dentro dos shoppings. "Não vejo crime (nos 'rolezinhos').

Se vier a ocorrer uma incidência criminal, a polícia vai atuar." Foi criado hoje no Facebook o evento "Rolezin Black Bloc na Zona Sul", de acordo com o qual, após o ato no shopping, às 18 horas de domingo, uma caminhada pela orla do Leblon deve reunir o grupo que ficou conhecido por praticar atos de vandalismo durante os protestos promovidos durante em 2012.

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