Brasil

Plano visará homicídios, fronteiras e penitenciárias, diz Moraes

Segundo o ministro da justiça, a ideia do governo é apresentar o plano à população somente quando foi finalizado

Segurança: Moraes disse que há conversas com os países vizinhos para articular uma ação de combate ao tráfico de drogas e armas (Ueslei Marcelino / Reuters)

Segurança: Moraes disse que há conversas com os países vizinhos para articular uma ação de combate ao tráfico de drogas e armas (Ueslei Marcelino / Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de outubro de 2016 às 15h50.

São Paulo - O Plano Nacional de Segurança, a ser lançado pelo Ministério da Justiça em novembro, terá três frentes: combate a homicídios com vinculação à violência doméstica, ao tráfico de drogas e armas em fronteiras e o sistema penitenciário nacional.

A informação foi dada nesta quarta-feira pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, durante reunião em São Paulo.

Segundo Moraes, a ideia do governo é apresentar o plano à população somente quando foi finalizado. Ele calcula que a conclusão de dará "no máximo depois de 15 de novembro".

Ele informou que o documento está sendo discutido desde o dia 31 de maio com dois núcleos, formados por secretários estaduais e promotores de Justiça. Sobre a segunda frente, a destinada à proteção de fronteiras, Moraes disse que há conversas com os países vizinhos para articular uma ação de combate ao tráfico de drogas e armas.

"Estamos organizando uma grande reunião com ministros de segurança, justiça e relações exteriores de todos os países da América do Sul", afirmou.No sistema penitenciário, o ministro da Justiça vai propor um mutirão de audiências de custódia para retirar de penitenciária presos provisórios sem quadro de violência e ameaça à sociedade.

Audiências de custódia

O ministro da Justiça informou que o Plano Nacional de Segurança vai englobar o lançamento de um mutirão de audiências de custódia para tirar presos provisórios das penitenciárias do País. A medida é uma das ações emergenciais para combater o crime organizado diante da situação revelada pelas recentes rebeliões nos Estados de Roraima e Rondônia, afirmou o ministro.

De acordo com ele, há 220 mil presos provisórios no Brasil e metade deles não apresenta quadro de violência ou grande ameaça. "Temos que analisar caso a caso e isso está sendo detalhado desde 31 de maio para ser apresentado quando o plano for lançado", disse Moraes, após participar de uma reunião de articulação da Comissão da Anistia, na capital paulista.

A ideia que o Ministério da Justiça está desenhando é articular o mutirão com o Conselho Nacional de Justiça e com o Conselho Nacional do Ministério Público.

Moraes informou que haverá uma reunião em Brasília na tarde de hoje com dois núcleos formados por secretários estaduais e promotores para discutir o assunto.

O ministro defende que o corte metodológico para começar o mutirão seja feito com mulheres presas por tráfico. Ele exemplificou que em São Paulo muitas das mulheres presas por esse tipo de crime foram acusadas por terem relação com traficantes e que elas não representam um perigo à sociedade.

"Temos que separar o joio do trigo e a primeira coisa é ter espaço nas penitenciárias", disse. "Estamos dando um exército para o crime organizado", falou Moraes, ao comentar a prisão de pessoas com menor potencial ofensivo e que são colocadas como "soldados" de líderes dentro das unidades prisionais.

Acompanhe tudo sobre:Ministério da Justiça e Segurança PúblicaTráfico de drogas

Mais de Brasil

Ministério Público vai apurar acidente de avião em Ubatuba

'Presidente quer fazer eventuais mudanças ainda este mês', diz Rui Costa sobre reforma ministerial

Prefeito de BH, Fuad Noman volta a ser entubado após apresentar instabilidade respiratória

Lula edita MP que prevê pagamento de R$ 60 mil a pessoas com deficiência causada pelo zika vírus