Garimpeiro em área desmatada perto de Crepurizão, no município de Itaituba, no estado do Pará (Nacho Doce/Reuters)
João Pedro Caleiro
Publicado em 13 de janeiro de 2020 às 17h45.
Última atualização em 13 de janeiro de 2020 às 17h50.
O governo Bolsonaro vai encaminhar ao Congresso nas próximas semanas o projeto de lei que permite a mineração em terras indígenas na Amazônia.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que os índios concordam com a regulamentação e que serão compensados financeiramente.
“O garimpo ilegal na Amazônia é resultado da falta de uma regulamentação que já está prevista na Constituição brasileira”, afirmou o ministro em entrevista no seu gabinete. “Nada agride mais o meio ambiente do que a atividade ilegal, que existe hoje na região.”
Segundo ele, a maioria das 600 comunidades indígenas querem a mudança.
Para tentar conter críticas internacionais, o ministro se reuniu na quinta-feira com embaixadores de 12 países europeus para discutir a mudança. “Há muito desconhecimento fora do Brasil sobre o assunto”, disse.
Albuquerque afirmou que o governo trabalha para aprovar a privatização da Eletrobras no Congresso no primeiro semestre, para que a empresa seja vendida no segundo semestre.
Segundo ele, o governo está aberto a concessões para viabilizar a venda, já que existem resistências de parlamentares em aprovar a medida. “A Eletrobras está minguando, não participa de leilões há quase uma década. O mais importante é que seja privatizada e que a empresa esteja no mercado porque o custo da energia cairá.”
O ministro diz que, apesar dos desastres ocorridos em barragens da Vale nos últimos anos, o marco legal de mineração não precisa ser alterado.
“O que ocorreu em Brumadinho e Mariana não pode ser generalizado para toda a atividade de mineração no país. O Brasil tem o marco legal mais atualizado do mundo e mudá-lo não corrige o passado.”