Recursos do Tesouro Nacional serão usados no BNDES em"curva descendente", diz Pimentel (Divulgação/BNDES)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2011 às 19h31.
Brasília - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse hoje que, apesar do esforço fiscal, o governo manterá este ano a política de reforço do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com recursos do Tesouro Nacional, mas numa "curva descendente".
Depois da capitalização de R$ 6,4 bilhões com ações da Petrobras transferidas da União na semana passada, o ministro afirmou que ainda será necessário um aporte financeiro no banco de fomento por meio de empréstimos do Tesouro, mas não quis adiantar quanto está sendo estudado no governo.
"Em 2009, o governo aportou R$ 100 bilhões. No ano passado, R$ 80 bilhões. Esse ano, será menos de R$ 80 bilhões. Então vai ser uma curva descendente porque não há necessidade de tantos recursos em tempos normais, sem crise", afirmou o ministro, após visitar o campus do Inmetro, na Baixada Fluminense, ressaltando que a definição é do Ministério da Fazenda. "Se houver crise, a gente sobe de novo, pode escrever."
O ministro justificou a necessidade de reforçar o BNDES com a série de projetos que o banco deve financiar nos próximos anos, especialmente os de infraestrutura e os ligados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Já a capitalização do BNDES com ações da Petrobras, que tem efeito sobre o patrimônio de referência e a capacidade de alavancagem do banco, foi defendida por Pimentel como uma forma de manter o chamado risco Brasil em patamares baixos.
"É preciso respeitar o acordo de Basileia. É por isso que o risco Brasil caiu tanto. Se estamos cumprindo Basileia para o risco Brasil ficar baixo, tem que capitalizar o BNDES, o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Para manter o padrão de Basileia, só isso", disse o ministro.
Pimentel visitou o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) na companhia do presidente da Fiat Automóveis no Brasil, Cledorvino Belini, que assinou acordos de parceria com o instituto para o desenvolvimento de tecnologias na área automotiva. Pimentel afirmou que o ministério quer aumentar a visibilidade do instituto para ir além da função de certificação, desenvolvendo tecnologias aplicáveis ao desenvolvimento da indústria.
"Estamos prontos para o desafio de fazer conexão entre o conhecimento científico e acadêmico e o desenvolvimento industrial, coisa que os países desenvolvidos já sabem", afirmou o presidente do Inmetro, João Jornada. Entre os projetos que o Inmetro desenvolve com a Fiat está um motor para veículos comerciais leves que funcionará com um combustível alternativo composto de 30% de biodiesel. Serão investidos R$ 4 milhões nas pesquisas.