Piloto diz ter feito pouso forçado após dois homicídios em pleno voo
Caso correu no sudoeste do Pará; durante viagem entre Guarantã do Norte (MT) e Apuí (AM), os dois passageiros a bordo teriam atirado um no outro
Janaína Ribeiro
Publicado em 2 de julho de 2018 às 18h03.
Última atualização em 2 de julho de 2018 às 18h06.
A Polícia Civil do Pará e a Polícia Federal estão investigando as circunstâncias que forçaram o piloto de um avião executivo a fazer pouso forçado em um rio do sudoeste do Pará , em região de garimpos. Segundo os investigadores, o piloto da aeronave contou, em depoimento, que houve dois homicídios em pleno ar, durante o voo.
O caso aconteceu na última quarta-feira (27), mas só chegou ao conhecimento das autoridades na sexta-feira (29), quando pescadores perguntaram a policiais militares de uma unidade da região se o piloto tinha procurado ajuda. Os policiais passaram a buscar informações sobre o suposto acidente e sobre o paradeiro do piloto, que estava hospedado em um hotel próximo.
Sérgio Vanderlei Becker foi identificado quando chegava ao distrito de Moraes de Almeida, em um mototáxi. Conduzido à seccional de Polícia Civil de Itaituba, o piloto confirmou ter pousado no Rio Jamanxim e abandonado a aeronave em seguida. Ele contou que, durante a viagem entre Guarantã do Norte (MT) e Apuí (AM), os dois passageiros a bordo se desentenderam e um deles, identificado como Polaquinho, atirou no outro, conhecido como Turco, que morreu na hora.
Ainda segundo o piloto, Polaquinho teria aberto a porta lateral da aeronave para arremessar o corpo de Turco para fora do avião, em pleno voo. Becker afirma que, neste momento, apanhou a arma que estava sobre o assento e decidiu matar Polaquinho. O piloto justificou sua decisão alegando temer ser morto por ter testemunhado o primeiro homicídio.
Becker contou ter acertado dois tiros em Polaquinho. Em seguida, teria se levantando para também jogar o corpo de sua vítima para fora da aeronave, mas perdeu o controle do avião, só recuperando-o a tempo de pousar no rio. Posteriormente, o piloto informou o ponto exato em que se encontrava a aeronave, prefixo PT IIU.
Policiais militares já fizeram uma vistoria preliminar no avião. Embora tenham encontrado vestígios de sangue, nem os corpos das supostas vítimas, nem a arma usada no crime foram localizados. Quando foi detido, o piloto carregava munições ilegais. Mesmo assim, Becker foi liberado na sexta-feira a noite, após prestar depoimento.