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PGR sobre Meurer: "Tudo que os delatores disseram efetivamente aconteceu"

Parlamentar é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por conta de recursos desviados da Petrobras

Nelson Meurer: segundo a PGR, teriam sido feitos pelo menos 161 repasses ao PP e ao deputado (Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados/Reprodução)

Nelson Meurer: segundo a PGR, teriam sido feitos pelo menos 161 repasses ao PP e ao deputado (Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de maio de 2018 às 17h34.

Brasília - A subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, defendeu nesta terça-feira, 15, a condenação do deputado federal Nelson Meurer (PP-PR), no primeiro julgamento de ação penal da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

O parlamentar e seus filhos Nelson Meurer Jr. e Cristiano Augusto Meurer são réus por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por conta de recursos desviados da Petrobras.

Meurer tornou-se réu em junho de 2016, quando a Segunda Turma aceitou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo a PGR, teriam sido feitos pelo menos 161 repasses ao PP e ao deputado, que totalizaram R$ 357,9 milhões, entre 2006 e 2014, em esquema envolvendo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. O caso chegou à Suprema Corte em março de 2015.

"Instalou-se na Petrobras esse esquema espúrio de desvio, em que, a pretexto de participar do governo, coube ao PP a indicação da diretoria de Abastecimento da Petrobras", disse Cláudia.

"A palavra dos delatores teve especial significação porque deu caminho por onde o Ministério Público poderia achar a prova de ocorrência dos crimes. Tudo que os delatores disseram efetivamente aconteceu", completou a subprocuradora-geral da República.

As delações premiadas de Paulo Roberto Costa e Youssef embasaram a denúncia. Na avaliação de Cláudia Sampaio, foram coletadas provas que demonstram que os "delitos aconteceram nos moldes descritos pelo MP".

"As técnicas utilizadas pelos acusados foram técnicas típicas de lavagem de dinheiro, dissimulação de sua origem", comentou a subprocuradora-geral da República.

De acordo com a PGR, uma das técnica de lavagem de dinheiro foi a utilização de propina disfarçada de doação eleitoral.

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