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PF prende em Blumenau hacker foragido dos EUA

Knighten é acusado pelo escritório da Interpol de comandar um grupo de criminosos cibernéticos que fraudou diversas corporações em todo o mundo

Interpol: Michael Knighten poderia estar no Brasil e utilizaria o nome falso de Michael Sabatine (Andressa Anholete / AFP)

Interpol: Michael Knighten poderia estar no Brasil e utilizaria o nome falso de Michael Sabatine (Andressa Anholete / AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de outubro de 2016 às 16h35.

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira, 27, em Blumenau (SC), Michael Knighten, foragido internacional procurado pela Interpol.

Knighten é acusado pelo escritório da Interpol em Washington de comandar um grupo de criminosos cibernéticos que fraudou diversas corporações em todo o mundo.

Investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Grupo de Capturas Internacional da Interpol no Brasil apontaram que Michael Knighten poderia estar no Brasil e utilizaria o nome falso de Michael Sabatine.

A fim de afastar qualquer dúvida sobre a verdadeira identidade de Michael Sabatine, os policiais coletaram um copo de vidro usado pelo alvo enquanto se exercitava em uma academia.

As digitais encontradas no copo usado por Michael Sabatine foram comparadas com as impressões de Michael Knighten disponibilizadas pela Interpol em Washington.

Os peritos papiloscopistas da Polícia Federal concluíram, então, que Michael Sabatine é, de fato, Michael Knighten.

O mandado de prisão foi expedido pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

Foram cumpridos, ainda, um mandado de condução coercitiva e um mandado de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal em Santa Catarina.

Durante a operação foram apreendidos aproximadamente R$ 4 milhões em bens, incluindo veículos de luxo e aproximadamente R$ 500 mil em dinheiro vivo.

Um imóvel avaliado em R$ 3 milhões, localizado em Blumenau, também foi objeto de sequestro.

Michael Knighten foi responsável por um desvio de pelo menos R$ 6 milhões de empresas americanas e de outros países Unidos, por meio de uma prática criminosa conhecida como comprometimento de e-mail empresarial (ou business e-mail compromise - BEC, em inglês).

Segundo a PF, esse tipo de delito constitui um 'sofisticado esquema que tem como alvos empresas que trabalham com parceiros estrangeiros e fazem pagamentos ao transferir dinheiro regularmente'.

Segundo a PF, estima-se que, nos dois últimos anos, os esquemas de comprometimento de e-mail empresarial causaram prejuízos de US$ 2,3 bilhões em perdas para aproximadamente 12 mil grandes empresas em todo o mundo.

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