PF mira garimpo que movimentou 1,2 tonelada de ouro da Roraima e Venezuela
Segundo investigação, esquema contou com a participação de um analista da Receita e uma auditora fiscal, um procurador e uma servidora de estado
Agência O Globo
Publicado em 6 de dezembro de 2019 às 10h40.
Última atualização em 6 de dezembro de 2019 às 10h40.
Brasília — A Polícia Federal (PF) faz uma operação nesta sexta-feira para prender 22 pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa que movimentou ilegalmente 1,2 tonelada de ouro nos últimos três anos, avaliados em R$ 230 milhões.
O metal foi extraído de garimpos clandestinos em Roraima e na Venezuela. O esquema contou com a participação de um analista da Receita Federal (RF) e uma auditora fiscal, um procurador e uma servidora comissionada do Estado de Roraima, segundo a PF.
Reportagens publicadas pelo GLOBO em agosto e setembro deste ano revelaram como operam os garimpos ilegais na terra indígena ianomâmi, a maior do Brasil, e no estado de Bolívar, na Venezuela, numa região que está a 250 quilômetros da fronteira com Roraima.
Nos ianomâmi, o ouro ilegal mobiliza até 15 mil garimpeiros, que vêm encontrando respaldo no discurso oficial do presidente Jair Bolsonaro.
Na Venezuela, a retirada do ouro é capitaneada por grupos armados, entre eles um grupo guerrilheiro colombiano, o Exército de Libertação Nacional (ELN).
As informações divulgadas pela PF até o momento não detalham a origem exata da 1,2 tonelada de ouro movimentada ilegalmente.
Segundo a PF, "o grupo criminoso seria composto por venezuelanos e brasileiros que, residindo em Roraima, comprariam ilegalmente ouro extraído de garimpos da Venezuela e de garimpos clandestinos do estado".