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PF mapeia doações de empresas investigadas ao PMDB

Executivos da Odebrecht, OAS e JBS firmaram acordos de delação premiada com a PGR nos quais relatam pagamento de propina a políticos

PMDB: o pagamento poderia se dar, entre outras formas, por doação eleitoral oficial (Jamil Bittar/Reuters)

PMDB: o pagamento poderia se dar, entre outras formas, por doação eleitoral oficial (Jamil Bittar/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de setembro de 2017 às 22h00.

Brasília - Em relatório preparado no âmbito da Lava Jato, a Polícia Federal mapeou as doações eleitorais feitas pelas empresas JBS, OAS, Odebrecht e Petrópolis ao PMDB nas eleições de 2010, 2012 e 2014.

Executivos da Odebrecht, OAS e JBS firmaram acordos de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República nos quais relatam pagamento de propina a políticos.

O pagamento poderia se dar, entre outras formas, por doação eleitoral oficial. A Petrópolis, segundo a Odebrecht, era uma empresa usada pela empreiteira baiana para fazer doações a políticos sem chamar a atenção para o grupo.

O relatório sobre as doações ao PMDB foi anexado na investigação sobre organização criminosa formada pelo núcleo do partido, que serviu para embasar a denúncia oferecida pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer.

A PF mapeou as doações de cada empresa aos candidatos do partido nos anos eleitorais a partir de 2010 até 2014, ano em que a Operação Lava Jato teve início. Em 2010, 2012 e 2014, o PMDB arrecadou um total de R$ 282,9 milhões de forma oficial dessas empresas.

A maior doadora do grupo foi a JBS (R$ 110,3 milhões), seguida de Odebrecht (R$ 77 milhões), OAS (R$ 58,1 milhões) e Petrópolis (R$ 37,3 milhões).

Na divisão por candidatos, a PF destaca o nome dos ex-ministros Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima, hoje presos por desdobramentos da Lava Jato.

Henrique Alves é o segundo que mais arrecadou doações destas empresas, chegando a R$ 8,880 milhões. Já Geddel arrecadou R$ 4 milhões.

Os dois foram denunciados junto com Temer por suposta formação de uma organização criminosa no núcleo do PMDB da Câmara.

O relatório da polícia foi elaborado pelo agente Alan Testi, em 5 de setembro, a pedido do delegado Marlon Cajado, do Grupo de Inquéritos perante o Supremo Tribunal Federal.

Na denúncia oferecida ao STF, Janot citou as doações empresariais ao PMDB e apontou que as campanhas eleitorais de 2014 tiveram a maior arrecadação histórica de dinheiro repassado por empresas o que, segundo ele, "certamente é fruto do vasto esquema criminoso montado nos mais diversos órgãos e empresas estatais".

Ele apontou que só o PMDB teve incremento, em 2014, de R$ 122,7 milhões em relação aos valores recebidos em 2010.

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