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PF investiga suspeitas de fraude em licitações do BRT de Palmas

A chamada Operação Nosotros investiga suposta fraude no processo de licitação para construção do sistema de transporte BRT

PF: o escritório do ex-governador do Paraná e a casa do prefeito de Palmas foram alvos de uma operação deflagrada hoje (Marcello Casal Jr./ABr)
AB

Agência Brasil

Publicado em 10 de novembro de 2016 às 15h54.

O escritório do ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba (PR), Jaime Lerner, e a casa do prefeito de Palmas (TO), Carlos Amastha (PSB), foram alvos de uma operação deflagrada hoje (10), pela Polícia Federal (PF), em três estados (Tocantins, Paraná e Santa Catarina).

A chamada Operação Nosotros investiga suposta fraude no processo de licitação para construção do sistema de transporte BRT da capital do Tocantins - obra orçada em R$ 260 milhões.

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Doze mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para prestar depoimento e liberada em seguida) e doze de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça.

No escritório de Lerner foram apreendidos documentos relativos a projetos executados pela equipe de arquitetos em Palmas. Em nota, o Instituto Jaime Lerner informou que não teve ou tem qualquer relação com a implantação do BRT.

"O único trabalho realizado na cidade foi para o setor privado. Trata-se de uma ocupação futura para a área de expansão urbana, na região sudoeste da cidade, contratado por três empresas privadas".

O instituto garante que os documentos levados pelos policiais federais foram entregues pela própria equipe "para que se comprovem os fatos citados".

Já o prefeito reeleito de Palmas, Carlos Amastha, foi conduzido para depor. Suspeito de participação na fraude à licitação, ele usou sua conta no Twitter para se defender.

"Juro solenemente, pela vida dos meus seres queridos, que nunca procurei nenhum benefício pessoal nas desapropriações e cobrança de IPTU. Se encontrarem qualquer evidência contrária às minhas afirmações, não tomarei posse para o segundo mandato. Não entrei na política para roubar".

A PF também conduziu para prestar depoimento membros da equipe de governo de Amastha, além de servidores públicos municipais e donos de imobiliárias.

De acordo com a PF, o esquema envolvia a desapropriação irregular de terrenos para a implantação do BRT. De posse de informações privilegiadas, grupos imobiliários aliciavam agentes públicos para que pressionassem os donos dessas propriedades a cederem, gratuitamente, parte dos terrenos para pessoas ligadas ao esquema.

Uma das formas de coação ocorria pela cobrança de altos valores de IPTU. A implantação do sistema BRT valorizaria os imóveis que o grupo tivesse posse após a obra.

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