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PF investiga desvios de R$ 5,8 mi em bolsas de doutorado no RS

Operação PhD investiga desvio de recursos de programas federais de incentivo à pesquisa, especialmente o SUS Educador

Pesquisas: coordenadores de projetos contratavam alunos-fantasma para ficarem com a bolsa de doutorado, de até R$ 6 mil (Thinkstock/Thinkstock)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 09h58.

Última atualização em 9 de dezembro de 2016 às 10h03.

São Paulo - A Polícia Federal deflagra na manhã desta sexta-feira, 9, a Operação PhD, que apura o desvio de recursos de programas federais de incentivo à pesquisa, especialmente do Projeto SUS Educador.

Segundo nota da Federal, cerca de 70 policiais federais cumprem seis mandados de prisão, dez de busca e apreensão e dois de condução coercitiva no Rio Grande do Sul, nas cidades de Porto Alegre, Canoas e Pelotas.

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Iniciada há seis meses, a investigação revelou a atuação de associação criminosa que se utilizava da coordenação de projetos relacionados à área de Educação em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com o objetivo de desviar recursos, em especial, do Programa de Extensão em Saúde Coletiva: Educação Continuada (PESC) e do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGCOL).

A PF aponta que a fraude consistia na inclusão de bolsistas sem qualquer vínculo com a UFRGS para recebimento de valores de até R$ 6,2 mil, equivalente à Bolsa de Doutorado.

"Os valores eram repassados, em parte ou até mesmo em sua integralidade, para coordenadores dos programas. Também eram custeados pagamentos de diárias e RPAs (Recibo de Pagamento Autônomo) indevidos, além de outras despesas, para pessoas indicadas pelos investigados", diz a nota.

De acordo com a Polícia Federal, também ficou evidenciado o direcionamento de seleções, bem como, no mínimo um caso em que o aluno sequer frequentou o curso, não teve qualquer avaliação e foi "agraciado" com o título de Mestre.

O valor dos projetos investigados está em torno de R$ 99 milhões e a quantia desviada apurada, até o momento, é de aproximadamente R$ 5,8 milhões.

Os crimes identificados na Operação PhD são associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informação.

A PhD é a primeira operação realizada pela Polícia Federal no Rio Grande do Sul com o emprego do Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro.

O equipamento (hardware e software) é uma ferramenta de alta tecnologia para processamento de dados.

O Laboratório possibilita o rápido cruzamento de milhares de informações para gerar relatórios e organogramas para identificação de organizações criminosas.

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