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PF faz operação contra quadrilha de Fernandinho Beira-Mar

Na operação, serão cumpridos 22 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária, 27 de condução coercitiva, 85 de busca e apreensão

Fernandinho Beira-Mar: segundo a PF, o grupo do traficante movimentou valores superiores a R$ 9 milhões (Luiz Roberto Lima/VEJA)

Fernandinho Beira-Mar: segundo a PF, o grupo do traficante movimentou valores superiores a R$ 9 milhões (Luiz Roberto Lima/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de maio de 2017 às 09h28.

São Paulo - A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira, 24, uma operação para desmantelar uma quadrilha liderada pelo traficante Luiz Fernando da Costa, conhecido Fernandinho Beira-Mar, que atuava no tráfico de drogas e na lavagem de dinheiro.

Segundo a PF, o grupo movimentou valores superiores a R$ 9 milhões, com ordens recebidas pela troca de bilhetes de dentro do presídio.

Estão sendo cumpridos 22 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária, 27 de condução coercitiva, 85 de busca e apreensão, além de diversas outras medidas cautelares, incluindo-se o bloqueio de valores que somados chegam a R$ 9 milhões de reais depositados em 51 contas bancárias e suspensão de atividades comerciais de 9 empresas.

As medidas da 3ª Vara Federal estão sendo cumpridas em Rondônia, no Rio de Janeiro, Paraíba, Ceará, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

As investigações se iniciaram há cerca de um ano com a apreensão de um bilhete picotado em uma marmita, encontrado por Agentes Federais de Execução Penal na Penitenciária Federal de Porto Velho/RO.

Após a reconstituição e exame grafotécnico, atestou-se ter sido escrito pelo líder da quadrilha, preso naquela unidade. Pelo documento, foi possível identificar ordens a outros integrantes do grupo que se encontravam em liberdade.

Foram apreendidos cerca de 50 bilhetes redigidos ou endereçados ao interno que eram entregues por um esquema altamente elaborado e sofisticado para a transmissão de seus recados.

Não há sequer indícios, ao longo de toda a investigação, de participação ou facilitação por parte dos Agentes Federais de Execução Penal lotados no Presídio Federal de Porto Velho/RO ou demais servidores públicos envolvidos.

Para tentar comprovar a origem dos rendimentos, foi montado um forte esquema de lavagem de capitais por meio de empresas de fachada e estabelecimentos comerciais, sobretudo casas de shows e bares, além de aquisições e reformas imobiliárias.

Estima-se que a organização chegue a movimentar mensalmente valores superiores a R$ 1 milhão, em razão das atividades ilícitas desempenhadas, sendo identificados preliminarmente bens pertencentes ao grupo avaliados em aproximadamente R$ 30 milhões.

Os presos preventivamente em outros Estados da Federação serão levados para o Estado de Rondônia, sendo determinada a transferência imediata do líder e do comparsa responsável pela saída e entrada dos bilhetes para outra unidade do Sistema Penitenciário Federal e a inclusão emergencial de alguns integrantes na Penitenciária Federal de Porto Velho, como forma de desarticular a organização criminosa.

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