Romero Jucá: senador é suspeito de ter recebido propina no valor de 4 milhões de reais da Odebrecht (Jefferson Rudy/Agência Senado/Divulgação)
Reuters
Publicado em 8 de novembro de 2018 às 08h27.
Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 08h40.
A Polícia Federal foi às ruas nesta quinta-feira para cumprir nove mandados de busca e apreensão no Estado de São Paulo como parte de investigação sobre suspeita de pagamento de propina no valor de 4 milhões de reais ao senador Romero Jucá (MDB-RR) pela Odebrecht para viabilizar a edição de uma resolução do Senado em 2012.
A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, no âmbito do inquérito 4382, que investiga Jucá com base nas delações de executivos da Odebrecht, incluindo o ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht.
No total foram expedidos 9 mandados de busca e apreensão, sendo 7 na capital paulista, 1 em Santos e 1 em Campo Limpo Paulista, informou a PF em nota oficial.
Documento disponível no site do STF que detalha o inquérito citado pela PF na operação afirma que, segundo o Ministério Público Federal, a empresa petroquímica Braskem --uma sociedade entre Odebrecht e Petrobras-- tinha interessa na aprovação da Resolução 72 do Senado, que consistiria em limitar a chamada "Guerra dos Portos".
Foi então combinado o pagamento da vantagem indevida no valor de 4 milhões de reais a Jucá pelo chamado setor de Operações Estruturadas da Odebrecht em troca de apoio à empresa na tramitação da medida, de acordo com inquérito.
Procurada pela Reuters, a assessoria de Jucá não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre a operação.
A Odebrecht também não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
A empresa, que fechou acordos de leniência e delação premiada em que admitiu ter cometido diversas irregularidades e aceitou pagar multas milionárias no âmbito da Lava Jato, afirma sempre ao ser citada nas operações da PF e do MPF que "continua cooperando com as autoridades e está focada no exercício de suas atividades e na conquista de novos projetos".
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)