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PF apura desvios e faz buscas contra ex-chefe da casa Civil de Cid Gomes

Agentes cumprem quatro mandados de prisão temporária e fazem 26 buscas em endereços do Ceará, São Paulo e Salvador

PF: A ofensiva apura supostos crimes de associação criminosa, corrupção e fraude em licitação, além de delitos contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro (Tomaz Silva/Agência Brasil)

PF: A ofensiva apura supostos crimes de associação criminosa, corrupção e fraude em licitação, além de delitos contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro (Tomaz Silva/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 12h54.

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta, 3, a Operação Onzenário para investigar suposto conluio, entre 2008 e 2014, entre agentes públicos estaduais, ex-gestores de instituições financeiras e empresários que teriam atuado no direcionamento ilícito de operações de crédito consignadas em folha dos servidores do governo do Ceará.

Entre os alvos da ofensiva está Arialdo Pinho - ex-secretário da Casa Civil do Governo Cid Gomes (2007-2015) e atual Secretário de Turismo do governo Camilo Santana - , que tem endereços vasculhados pela PF. Seu genro, empresário e contador, é alvo de mandado de prisão.

Agentes cumprem quatro mandados de prisão temporária e fazem 26 buscas em endereços do Ceará, São Paulo e Salvador. As ordens foram expedidas pela Justiça Federal que ainda bloqueou valores em contas dos investigados.

Segundo a PF, a investigação identificou "fluxo intenso de capitais obtidos de forma criminosa em prejuízo dos servidores públicos estaduais, através de investimentos, aquisições imobiliárias e simulação de aquisição de cotas de sociedade empresarial, em engenhoso esquema de corrupção e lavagem de capitais".

"Os indícios apontam participação de um Secretário de Estado da Casa Civil do Estado do Ceará à época dos fatos em apuração. Há também indícios de atuação do genro desse Secretário de Estado à época, gestor de uma das empresas que movimentou mais de R$ 600 milhões nas operações de crédito sob investigação", registrou a corporação em nota.

A ofensiva apura supostos crimes de associação criminosa, corrupção e fraude em licitação, além de delitos contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro, que, segundo a Polícia Federal, culminaram em enriquecimento ilícito dos investigados - servidores públicos, ex-gestores de instituições financeiras e empresários - 'em detrimento dos servidores públicos estaduais do Estado do Ceará obrigados a arcar com juros mais elevados em operações de crédito'.

A Polícia Federal informou ainda que o nome da operação, 'Onzenário', 'remete a agiotagem ou cobrança extorsiva de juros'.

COM A PALAVRA, OS INVESTIGADOS

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com os citados, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

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