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PF apreende mais de R$1 milhão com alvos de esquema em Mauá

Esquema de mensalão envolve a Prefeitura e 22 dos 23 vereadores da Câmara Municipal de Mauá, cidade da Grande São Paulo

Polícia Federal apreendeu R$1,087 milhão em dinheiro vivo em endereços de alvos da Operação Trato Feito (Vagner Rosário/VEJA)

Polícia Federal apreendeu R$1,087 milhão em dinheiro vivo em endereços de alvos da Operação Trato Feito (Vagner Rosário/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de dezembro de 2018 às 14h06.

São Paulo - A Polícia Federal apreendeu R$ 1,087 milhão em dinheiro vivo em endereços de alvos da Operação Trato Feito, deflagrada nesta quinta-feira, 13, para debelar esquema de mensalão ligando a Prefeitura e 22 dos 23 vereadores da Câmara Municipal de Mauá, cidade da Grande São Paulo. O prefeito Átila Jacomussi (PSD) e seu ex-secretário de Governo João Eduardo Gaspar foram presos.

A dinheirama confiscada em residências e escritórios de empresários e políticos está dividida em dólares, euros e reais. Os federais contabilizaram R$ 372 mil, mais US$ 150,3 mil e ainda 29,4 mil euros.

Ao todo, foram cumpridos 54 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão nas cidades de Mauá, Suzano, São Paulo, Ribeirão Pires, Santo André, Mogi das Cruzes, Cotia, Campinas, São Bernardo do Campo, Americana e Vila Velha, esta última no Espírito Santo.

A Trato Feito é um desdobramento da Operação Prato Feito, deflagrada em maio deste ano e que havia levado Átila Jacomussi à prisão pela primeira vez. Os novos elementos trazidos aos autos indicam um esquema em que nove empresas pagavam vantagens ilícitas a agentes públicos e políticos para a compra de apoio na Câmara Municipal de Mauá, sobretudo para a obtenção de contratos superfaturados.

O único vereador não investigado na operação foi o petista Marcelo Oliveira. À reportagem, ele revelou ter ficado surpreso com a operação mirando todos os seus colegas da Câmara e afirmou nunca lhe foi oferecido nada. "Eu convivo com eles (seus colegas de Legislativo) todos os dias", afirmou.

Defesa

A defesa de Átila Jacomussi, prefeito de Mauá, representada por Daniel Leon Bialski, afirmou que "este novo e arbitrário decreto de prisão nada mais faz do que requentar fatos que já eram conhecidos e tinham motivado o decreto anterior que foi revogado pela Suprema Corte. Como o prefeito não descumpriu qualquer das medidas impostas, a defesa irá apresentar Reclamação perante o Supremo Tribunal Federal porque essa decisão afronta e desafia a Autoridade da medida antes concedida", assinala Bialski.

A Câmara de Mauá informa, em nota, que, em relação à operação realizada pela Polícia Federal, "todos os gabinetes foram vistoriados (23 gabinetes de vereadores, mais o gabinete da presidência). Servidores da Câmara prestaram esclarecimentos aos agentes da polícia, colaborando prontamente com a vistoria realizada, que ocorreu de forma tranquila e organizada. Não houve desentendimento e ninguém foi detido. A Câmara de Mauá mantém-se, como sempre esteve, à disposição da Justiça, bem como das demais instâncias de poder, para prestar esclarecimentos que se fizerem necessários".

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