Petrobras orientou negócio com filho de FHC, diz Cerveró
A PRS Energia, pertencente ao filho do tucano, acabou se associando à Petrobras naquele período para gerir a Termorio
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2016 às 20h38.
São Paulo - Em sua delação premiada, o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse que, dentre as irregularidades que presenciou na estatal durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB/1994-2002) está a contratação de uma empresa do filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso, "por orientação do então presidente da Petrobras Philipe Reichstul, por volta de 2000".
A PRS Energia, pertencente ao filho do tucano, acabou se associando à Petrobras naquele período para gerir a Termorio. Trata-se da Termorio, maior termoelétrica a gás do Brasil, construída pela multinacional francesa Alstom e que custou US$ 715 milhões.
Segundo Cerveró relatou em sua delação, na época o operador de propinas na Petrobras e lobista Fernando Baiano estava fazendo lobby para a estatal se associar à espanhola Union Fenosa para gerir o empreendimento.
Baiano e os representantes da empresa, inclusive, vieram ao Brasil no período para tratar com Cerveró sobre o tema. Na época, Cerveró era subordinado a Delcídio Amaral na Diretoria de Gás e Energia da Petrobras.
"Que Fernando Antônio Falcão Soares (Fernando Baiano) e os dirigentes da Union Fenosa acreditavam que o negócio estava acertado, faltando apenas a assinatura para a finalização; Que no entanto, o negócio já estava fechado com uma empresa vinculada ao filho do Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, de nome Paulo Henrique Cardoso", relatou Cerveró.
"Que o negócio havia sido fechado pelo próprio declarante, por orientação do então presidente da Petrobras Philippe Reichstul", segue o delator contando ainda que o fato deixou tanto Baiano quanto os representantes da empresa espanhola "contrariados".
Ainda de acordo com ele, até Delcídio Amaral também ficou contrariado pelo fato de o fechamento do negócio envolvendo sua diretoria ter sido determinado pela presidência da Petrobras na época.
Ainda de acordo com Cerveró, o então diretor chegou a "fazer ameaça de votar contra a aprovação do negócio na Diretoria Executiva da Petrobras", quando soube do fato, mas acabou recuando depois e votou pela aprovação do negócio na Diretoria Executiva da estatal.
Em 2003, pouco tempo depois da transação, a Petrobras acabou adquirindo a participação da PRS na Termorio, de 7%, por US$ 19 milhões.
A reportagem entrou em contato com o Instituto Fernando Henrique Cardoso, mas o ex-presidente e seu filho estão em viagem e ainda não foram localizados para comentar o assunto.
São Paulo - Em sua delação premiada, o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse que, dentre as irregularidades que presenciou na estatal durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB/1994-2002) está a contratação de uma empresa do filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso, "por orientação do então presidente da Petrobras Philipe Reichstul, por volta de 2000".
A PRS Energia, pertencente ao filho do tucano, acabou se associando à Petrobras naquele período para gerir a Termorio. Trata-se da Termorio, maior termoelétrica a gás do Brasil, construída pela multinacional francesa Alstom e que custou US$ 715 milhões.
Segundo Cerveró relatou em sua delação, na época o operador de propinas na Petrobras e lobista Fernando Baiano estava fazendo lobby para a estatal se associar à espanhola Union Fenosa para gerir o empreendimento.
Baiano e os representantes da empresa, inclusive, vieram ao Brasil no período para tratar com Cerveró sobre o tema. Na época, Cerveró era subordinado a Delcídio Amaral na Diretoria de Gás e Energia da Petrobras.
"Que Fernando Antônio Falcão Soares (Fernando Baiano) e os dirigentes da Union Fenosa acreditavam que o negócio estava acertado, faltando apenas a assinatura para a finalização; Que no entanto, o negócio já estava fechado com uma empresa vinculada ao filho do Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, de nome Paulo Henrique Cardoso", relatou Cerveró.
"Que o negócio havia sido fechado pelo próprio declarante, por orientação do então presidente da Petrobras Philippe Reichstul", segue o delator contando ainda que o fato deixou tanto Baiano quanto os representantes da empresa espanhola "contrariados".
Ainda de acordo com ele, até Delcídio Amaral também ficou contrariado pelo fato de o fechamento do negócio envolvendo sua diretoria ter sido determinado pela presidência da Petrobras na época.
Ainda de acordo com Cerveró, o então diretor chegou a "fazer ameaça de votar contra a aprovação do negócio na Diretoria Executiva da Petrobras", quando soube do fato, mas acabou recuando depois e votou pela aprovação do negócio na Diretoria Executiva da estatal.
Em 2003, pouco tempo depois da transação, a Petrobras acabou adquirindo a participação da PRS na Termorio, de 7%, por US$ 19 milhões.
A reportagem entrou em contato com o Instituto Fernando Henrique Cardoso, mas o ex-presidente e seu filho estão em viagem e ainda não foram localizados para comentar o assunto.