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Petrobras: incêndio em refinaria não afeta abastecimento no curto prazo

Situação deve levar uma semana para ser normalizada, diz executivo

Incêndio: estoques de Paulínia estão elevados e unidades de refino do Estado, como Santos, Mauá e São José dos Campos, operam com capacidade de cerca de 70% (Paulo Whitaker/Reuters)

Incêndio: estoques de Paulínia estão elevados e unidades de refino do Estado, como Santos, Mauá e São José dos Campos, operam com capacidade de cerca de 70% (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de agosto de 2018 às 10h49.

Última atualização em 20 de agosto de 2018 às 12h06.

Rio de Janeiro - Um incêndio na madrugada desta segunda-feira que atingiu a refinaria da Petrobras em Paulínia (SP), a Replan, foi de grandes proporções, mas não tende a prejudicar o abastecimento de combustíveis no curto prazo, embora a situação deva levar uma semana para ser normalizada, disseram à Reuters um executivo da estatal e um dirigente sindical.

Segundo o diretor-executivo de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino, o acidente foi "sério".

"Nossas equipes estão no local avaliando o acidente. Não houve vítimas e isso tem um valor enorme para nós... Não é para se preocupar com abastecimento por uns 15 dias, porque podemos calibrar estoques e outras refinarias", destacou ele, por telefone.

O coordenador regional do Sindipetro Unificado de São Paulo, Gustavo Marsaioli, confirmou à Reuters que os estoques de Paulínia estão elevados e que unidades de refino do Estado, como Santos, Mauá e São José dos Campos, operavam com capacidade de cerca de 70 por cento.

"Realmente, há folga para compensar, e os estoques em Paulínia estão para mais de uma semana", disse Marsaioli, acrescentando que a explosão ocorreu na unidade de craqueamento e que um tanque foi lançado longe, atingindo a unidade de destilação.

Marsaioli disse ainda acreditar que a normalização das operações deverá levar mais de uma semana. "Foi um acidente sério, de proporções", disse.

A unidade parou de produzir e os funcionários de operação e manutenção estão sendo liberados, ainda segundo o dirigente sindical.

Procurada, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que destacou um grupo para acompanhar o incidente.

"A nossa equipe está acompanhando para ver causas que estão sendo apuradas pela Petrobras e consequências", disse à Reuters o diretor geral da reguladora, Décio Oddone.

A Replan é a maior refinaria da Petrobras em capacidade de processamento de petróleo, com produção correspondente a aproximadamente 20 por cento de todo o refino de petróleo no Brasil. A unidade tem capacidade de processar 69 mil metros cúbicos por dia, o equivalente a 434 mil barris, de acordo com informações no site da empresa.

Mais cedo, a estatal informou que o incêndio obrigou a paralisação preventiva da Replan e que uma comissão será instaurada para avaliar as causas.

Texto de José Roberto Gomes; Edição de Luciano Costa

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