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Petistas próximos a Lula disputam a Secretaria-Geral da República; saiba quem

Caberá ao nome escolhido por Lula manter bom trânsito na sociedade civil, com intuito de manter diálogo e diminuir tensões

 (Horacio Villalobos/Getty Images)

(Horacio Villalobos/Getty Images)

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Agência O Globo

Publicado em 12 de dezembro de 2022 às 07h29.

Um dos cargos mais próximos ao cotidiano do presidente da República dentro do Palácio do Planalto vem sendo disputado por petistas do círculo mais próximo a Luiz Inácio Lula da Silva.

A Secretaria-Geral da Presidência da República é cobiçada por nomes como o advogado Marco Aurélio de Carvalho, o deputado estadual Emidio de Souza (PT-SP), o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) e um dos vice-presidentes do PT Márcio Macêdo.

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Um dos coordenadores do grupo Prerrogativas, Carvalho é o nome mais bem posicionado na disputa, embora também desponte como forte candidato para outro cargo-chave da Presidência, a Subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ), responsável por todos os atos normativos assinados pelo presidente. O advogado reside próximo à casa do presidente eleito em São Paulo e sua mulher, Alessandra Gaspar Costa, é uma das amigas mais próximas da futura primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.

Amigos há mais de 20 anos, Emidio e Carvalho convivem com Lula na intimidade e são nomes de confiança de Janja. A mulher de Emidio, a advogada Gabriela Araújo, também é amiga próxima da mulher de Lula.

Carvalho tem ganhado o apoio de movimentos sociais e da bancada do partido, entre os quais petistas como o deputado federal Rui Falcão (PT-SP). Tem bom trânsito com empresários e intelectuais e foi um dos responsáveis por organizar jantares de arrecadação para Lula durante a campanha. Pelo perfil de militância, no entanto, Carvalho tem dito a interlocutores que, se for assumir algum posto, prefere uma função mais política e menos técnica.

Interesses de Gleisi

Conta a favor de Emidio também ser um petista da estrita confiança de Lula — quando Lula foi preso em 2018, Emidio foi o enviado pelo petista para negociar os termos da detenção com a Polícia Federal em São Paulo. Deputado estadual reeleito, Emidio, no entanto, é visto como peça importante para ajudar a fortalecer o PT de São Paulo e será uma das vozes de Lula na Assembleia Legislativa paulista na oposição ao governo de Tarcísio de Freitas, aliado do presidente Jair Bolsonaro.

Outro ponto que pode ser desfavorável ao deputado é o fato de Emidio não ter a simpatia da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Preterida no ministério para, nas palavras de Lula, continuar cuidando do partido, Gleisi teria interesse em indicar um nome para a “cozinha do Planalto”. O seu escolhido é Paulo Teixeira, que também é secretário-geral do PT. O argumento é que essa seria uma forma de o partido ter participação no núcleo central do governo. Teixeira, porém, não teria a simpatia de Lula para o posto.

Diante desse quadro, uma outra opção é Márcio Macêdo, um dos vice-presidentes do PT e que foi tesoureiro da campanha de Lula. Macêdo acompanhou Lula em quase todas as viagends de campanha e aumentou a influência no círculo mais próximo do presidente eleito.

Diminuindo tensões

O chefe de gabinete, o subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) e o secretário-geral são figuras que despacham várias vezes ao dia com o presidente da República. Na avaliação de auxiliares de Lula, a Secretaria-Geral da Presidência será um posto estratégico para um governo que será de frente ampla e terá a missão de equilibrar interesses ao longo dos próximos quatro anos.

Caberá ao nome escolhido por Lula manter bom trânsito na sociedade civil, com intuito de manter diálogo e diminuir tensões, além de boa interlocução com os partidos de base.

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