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Pesquisas para Rio Doce terão investimentos de R$ 6,7 mi

Pesquisas irão contribuir para a recuperação das áreas afetadas pelo rompimento da barragem da Samarco


	Rio Doce: os trabalhos deverão ser desenvolvidos em um período de dois anos e a cada seis meses será preciso apresentar um relatório
 (Ricardo Moraes/Reuters)

Rio Doce: os trabalhos deverão ser desenvolvidos em um período de dois anos e a cada seis meses será preciso apresentar um relatório (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2016 às 19h33.

Belo Horizonte - Pesquisadores mineiros poderão encaminhar, até esta terça-feira (8), propostas de pesquisa científica, tecnológica e de inovação que contribuam para a recuperação das áreas afetadas pelo rompimento da barragem da Samarco, que ocorreu no município de Mariana (MG) em novembro do ano passado.

Os órgãos responsáveis pelo processo seletivo são a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Ao todo, o edital prevê um investimento de R$ 6,7 milhões. Cada projeto contemplado poderá receber até R$200 mil.

Os trabalhos deverão ser desenvolvidos em um período de dois anos e a cada seis meses será preciso apresentar um relatório. As propostas podem ser enviadas pela internet até as 17h desta terça-feira.

Segundo Paulo Sérgio Beirão, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig, serão privilegiadas propostas voltadas para o desenvolvimento de tecnologias ou que possam futuramente se converter em produtos.

"Estamos convocando a inteligência que nós temos no estado de Minas Gerais para propor soluções que sejam interessantes. Projetos bem-sucedidos podem inclusive servir de modelo para aplicação em outras bacias, independentemente de ter um desastre ou não. Temos problemas de contaminação da água, por exemplo, em várias partes do país", ressaltou.

São quatro linhas temáticas possíveis: recuperação do solo, recuperação da água, recuperação da biodiversidade e tecnologias sociais.

"Podemos ter projetos que apontem para possibilidades de uso da lama acumulada ou para formas de tornar o solo agricultável. Que plantas poderiam se adaptar à região atingida? É um conhecimento importante. Outras alternativas seriam pesquisar estratégias eficientes para tratamento da água ou para fomentar a reprodução dos peixes nas áreas afetadas", explica Beirão.

Pesquisa nacional

Nas próximas semanas, deve ser lançado um outro edital que permitirá a participação de grupos de pesquisadores de outros estados, desde que pelo menos um membro seja de Minas Gerais ou do Espírito Santo, estados afetados pelo rompimento da barragem.

Esta outra seleção é fruto de parceria entre a Fapemig, a Capes, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e a Agência Nacional de Águas (ANA).

Diferente do edital anterior, cujo enfoque é o desenvolvimento de tecnologias, a nova chamada privilegiará propostas multidisciplinares e que incluam intervenções diretas nas comunidades atingidas.

A estimativa é que sejam destinados cerca de R$ 12 milhões para as pesquisas e cada proposta poderá solicitar até R$ 1 milhão em trabalhos a serem desenvolvidos por um período de até 4 anos.

Acordo

O rompimento da barragem em Mariana (MG) ocasionou a morte de 19 pessoas, além de provocar destruição de vegetação nativa e poluição das águas da bacia do Rio Doce.

Na semana passada, a Samarco e os governos fecharam um acordo para recuperação da Bacia do Rio Doce em 15 anos.

Somente nos primeiros três anos, a mineradora teria que desembolsar R$ 4,4 bilhões. O acordo ainda precisa ser homologado pela Justiça.

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