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"Perseguição política", afirma Gleisi sobre ação penal

A senadora e seu marido são acusados de terem recebido R$ 1 milhão em recursos desviados da Petrobras por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal

Gleisi Hoffmann: "Eu estou achando que tem um alto grau de politização desse processo" (Agencia Senado/Agência Senado)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de agosto de 2017 às 15h56.

Última atualização em 28 de agosto de 2017 às 16h55.

Brasília - A presidente nacional do PT , senadora Gleisi Hoffmann (PR), prestou depoimento na tarde desta segunda-feira, 28, ao Supremo Tribunal Federal ( STF ) no âmbito de uma ação penal em que é ré por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ao lado do marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo.

Em uma breve declaração à imprensa, Gleisi negou irregularidades, disse que é vítima de "perseguição política" e afirmou esperar ser julgada dentro do devido processo legal, e não pelo calor da opinião pública.

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Em setembro do ano passado, a Segunda Turma do STF aceitou por unanimidade a denúncia contra a senadora e o marido, que se tornaram réus na Operação Lava Jato.

Os dois são investigados por suposto recebimento de R$ 1 milhão de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras.

As investigações apontam que o dinheiro foi usado para custear parte da campanha eleitoral da petista em 2010.

No julgamento de setembro, as defesas de Gleisi e Paulo Bernardo alegaram que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se baseou exclusivamente nas delações premiadas do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef para apresentar a denúncia.

"Estou há três anos apanhando nesse processo. Não tem uma prova nele que mostre que eu tenha cometido qualquer ilícito, qualquer crime - e estou já sendo julgada e condenada antecipadamente", afirmou Gleisi a jornalistas.

A senadora disse que, no depoimento, pediu que lhe mostrassem as provas de que teria cometido corrupção passiva ou lavagem de dinheiro. Gleisi também alegou que nunca teve contato com Paulo Roberto Costa.

"Eu não tive contato com Paulo Roberto Costa. Nunca tive ascendência na Petrobras. Nunca pedi pra ele ficar no cargo. E nunca facilitei ou dei condições ou me relacionei com fornecedores da Petrobras para beneficiá-los. Isso deveria estar caracterizado no processo para estarem me acusando", comentou a petista.

Perseguição

A ex-ministra da Casa Civil também disse que é "vítima de perseguição política".

"Gostaria de saber por que me envolveram nisso. Inclusive eu acho que quem tem dar explicações é Alberto Youssef e o advogado dele, que também é advogado do PSDB. Sou vítima de perseguição política em razão da origem desse processo com Alberto Youssef e o seu advogado, que foi assessor no governo de Beto Richa, do PSDB", afirmou.

"Sou pessoa pública, tenho de responder pelos meus atos, mas tenho de ser julgada dentro do devido processo legal, e não pelo calor da opinião pública", concluiu a senadora.

Procurado pela reportagem, o advogado Antônio Figueiredo, defensor de Youssef, disse que a "denúncia é da PGR e foi aceita pelo STF".

"Graças a Deus, nem conheço essa mulher e nunca tive relação com o PSDB", afirmou Figueiredo.

Tranquilidade

O ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo também prestou depoimento ao STF nesta tarde.

A jornalistas, disse que Paulo Roberto Costa nunca lhe pediu apoio para ser diretor da Petrobras e afirmou esperar com "tranquilidade" o julgamento final do caso. "A acusação não é verdadeira", disse Paulo Bernardo.

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