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Perillo nega participação da Delta em venda de casa

O tucano argumenta que não houve participação da Delta ou de Carlinhos Cachoeira na negociação da casa

Perillo: relatório da Polícia Federal sugere que o tucano condicionou a quitação de faturas à negociação do imóvel com ágio de R$ 500 mil (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Perillo: relatório da Polícia Federal sugere que o tucano condicionou a quitação de faturas à negociação do imóvel com ágio de R$ 500 mil (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2012 às 23h02.

Goiânia - O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), nega relação entre a compensação dos cheques que recebeu pela venda de uma casa e a liberação de ordens de pagamento atrasadas à Delta Construções S/A. Relatório da Polícia Federal sugere que o tucano condicionou a quitação de faturas à negociação do imóvel com ágio de R$ 500 mil. A casa teria sido comprada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e paga por empresa que recebeu dinheiro de laranjas da Delta.

Por meio de nota, o governo afirma que "os pagamentos se referem a um contrato de locação de veículos e são feitos de forma continuada". Em 2009, a Delta venceu licitação para fornecimento de carros alugados ao Estado. À época, Goiás era governador por Alcides Rodrigues (PP), eleito com apoio de Perillo. Ao longo do mandato os dois se desentenderam e hoje Perillo trata o governo anterior como oposição.

O tucano argumenta que não houve participação da Delta ou de Carlinhos Cachoeira na negociação da casa. A conversa teria acontecido exclusivamente com o ex-vereador e ex-secretário de Estado no segundo governo de Marconi (2003-2006), Wladimir Garcêz (PSDB); preso na Operação Monte Carlo como um dos principais aliados de Cachoeira. "Se o sr. Wladimir Garcêz tratou do assunto (da casa) com mais pessoas, isto ocorreu sem o conhecimento ou assentimento do governador", diz a nota.


Os três cheques depositados na conta de Perillo eram da empresa Excitant Confecções, de propriedade de uma ex-cunhada de Cachoeira e, à época, administrada pelo sobrinho dele, Leonardo Almeida Ramos. O tucano diz que não sabia de quem eram os cheques. Na nota, acrescenta que não cabe a ele "investigar a origem dos recursos usados para o pagamento", sobre o fato de a empresa ter recebido dinheiro do grupo ligado a Cachoeira e à Delta.

O governo também questiona o fato de não haver especificação sobre quais seriam as "portas abertas" no governo de Goiás. Relatório da PF mostra Cachoeira e seu sócio, o ex-diretor regional da Delta no Centro Oeste, Cláudio Abreu, comemorando a "porta aberta". A conversa é de 3 de março. Em agosto, a empreiteira venceu lotes de licitações na Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop). O governo argumenta que houve deságio do valor estimado inicialmente.

Reconvocação

Parlamentares integrantes da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) do Cachoeira pretendem apresentar requerimentos pedindo a reconvocação de Perillo, para esclarecer os fatos revelados no relatório da PF. Quanto a isto, o governo goiano diz que "um grupo na CPMI trata de transformá-la em tribunal de exceção com um só alvo: o governador de Goiás, por ser adversário do PT".

Na nota, o governo diz que, "em vez de buscar esclarecer em profundidade as relações da Delta com os governos federal, estaduais e municipais, CPMI e reportagens continuam batendo na mesma tecla da venda da casa do governador, já exaustivamente explicada e bem entendida pelas pessoas de boa fé".

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