Plenário da Câmara dos Deputados (Adriano Machado/Reuters)
Alessandra Azevedo
Publicado em 3 de outubro de 2022 às 13h57.
Última atualização em 30 de outubro de 2022 às 14h43.
O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, elegeu 99 deputados federais neste domingo, 2. A segunda maior bancada da Câmara dos Deputados a partir de 2023 será da federação entre o PT, PCdoB e PV, que conquistou 79 cadeiras. O União Brasil terá a terceira maior representação da Casa, com 59 deputados.
O PL triplicou a bancada eleita em 2018, de 33 deputados, e somou 23 nomes à bancada atual, de 76 deputados. A federação do PT, de Luiz Inácio Lula da Silva, com o PCdoB e o PV aumentou em dez o número de eleitos na comparação com o último pleito, e acrescentou 11 deputados à bancada atual.
Outros partidos do Centrão, que apoiam Bolsonaro, tiveram bons resultados neste ano. O PP garantiu 47 deputados e o Republicanos, 42. Contando com PL, PSD (42), Patriota (4) e PTB (1), que também costumam votar com o grupo, o Centrão terá 235 deputados. Esses seis partidos hoje somam 232 deputados.
A esquerda, contando com a federação PT/PCdoB/PV, o PDT (17), o PSB (14) e a federação Rede/PSol (14), terá uma bancada de 124 deputados. Hoje, essas legendas somam 121 deputados. O PDT e o PSB perderam representação na Câmara, mas o PSol e a Rede conseguiram ampliar, de dez deputados para 14.
"A polarização nas eleições presidenciais refletiu nessa composição eleita para a Câmara, com uma bancada mais favorável ao presidente Jair Bolsonaro, que indica uma maior bancada evangélica, ruralista e da segurança", avalia Neuriberg Dias, analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
O União Brasil, partido criado a partir da fusão do DEM com o PSL, embora tenha ampliado a bancada dos atuais 51 para 59 deputados, elegeu 22 a menos do que em 2018. No pleito anterior, o DEM e o PSL emplacaram, juntos, 81 nomes na Câmara, puxados pelo desempenho marcante do PSL, que, na época, era a legenda de Bolsonaro.
Já a federação PSDB/Cidadania, que terá 18 deputados a partir de 2023, foi a que mais perdeu na comparação com a bancada atual. Em 2018, os dois partidos, juntos, elegeram 36 deputados, o dobro do número de eleitos em 2022. Desde então, o PSDB e o Cidadania perderam sete deputados, e somam 29 na bancada atual.
O PSB, que hoje tem 24 deputados, terá dez a menos em 2023. Em 2018, o partido elegeu 32 deputados. O partido do presidenciável Ciro Gomes, PDT, também encolheu. A bancada atual, de 19 deputados, cairá para 17 a partir do ano que vem. Em 2018, o PDT elegeu 28 nome para a Câmara.
A Câmara é composta por 513 deputados federais, eleitos para mandatos de quatro anos. O número de vagas em cada estado e no Distrito Federal varia de acordo com a quantidade de eleitores. Cada unidade da federação elege de oito a 70 deputados federais.
Em 2018, o partido que mais elegeu deputados federais foi o PT, com 56, seguido pelo PSL, com 52. Naquele ano, o PP elegeu 37; o MDB, 34; e o PSD, 34. O desempenho do PSL, que elegeu um deputado em 2014, foi associado ao crescimento de Bolsonaro, que, em 2018, era candidato à Presidência pelo partido.
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Os deputados federais são responsáveis por propor, discutir e alterar leis, inclusive a Constituição Federal, e avaliar as medidas provisórias apresentadas pelo presidente da República. Os 513 representantes da população no Congresso também têm a função de fiscalizar a administração do governo federal.
O Orçamento da União, documento que o Executivo envia ao Congresso com as despesas e receitas do governo federal, depende de aprovação dos deputados. Além disso, eles podem criar comissões parlamentares de inquérito (CPIs) para investigar denúncias. Cabe aos deputados federais autorizar a instauração de processo de impeachment contra o presidente da República.