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Para oposição, novo rebaixamento mostra que Dilma deve sair

Para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a decisão mostra que o Brasil não tem perspectiva


	Aécio Neves: a Moody's cortou a nota do País em dois graus, para Ba2, com perspectiva negativa
 (Waldemir Barreto/Agência Senado)

Aécio Neves: a Moody's cortou a nota do País em dois graus, para Ba2, com perspectiva negativa (Waldemir Barreto/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 13h00.

Brasília - Líderes de partidos da oposição na Câmara dos Deputados aproveitaram a perda do grau de investimento do Brasil pela Moody's, anunciada na manhã desta quarta-feira, 24, para criticar o governo.

Para opositores, o rebaixamento do País pela terceira grande agência de classificação de risco reforça a necessidade de afastamento da presidente Dilma Rousseff do cargo.

A Moody's cortou a nota do País em dois graus, para Ba2, com perspectiva negativa.

No comunicado, a agência diz que a decisão foi motivada, entre outras razões, pela "dinâmica política desafiadora", que continua a complicar os esforços de consolidação fiscal do governo e a atrasar as chamadas reformas estruturantes.

Para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a decisão mostra que o Brasil não tem perspectiva.

Para ele, o projeto da presidente Dilma Rousseff é se manter no poder e as agências percebem esse movimento.

"É o pior sinal possível e, ao contrário do que o PT gosta de afirmar, a responsabilidade por mais esse rebaixamento é exclusivo do governo brasileiro, dos inúmeros equívocos do governo do PT", disse Aécio, ao destacar que a decisão não decorre de qualquer crise internacional porque ela "não existe".

Para o tucano, mesmo em um presidencialismo forte como o brasileiro, o Executivo não tem mais perspectiva de apresentar e aprovar no Congresso uma agenda por não conseguir mobilizar sua base em favor de reformas estruturantes.

Ele disse que a oposição continuará na mesma estratégia que vem adotando, ou seja, se a matéria em debate for de interesse do País, contará com seu apoio.

"Enquanto tivermos um governo sem autoridade, sem projeto, sem coragem para enfrentar as questões estruturantes, o Brasil ficará no final da fila como estamos vendo", criticou.

Na mesma linha, o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou que a presidente Dilma fez o Brasil receber o selo de caloteiro.

"A superação dessa crise só se dará com a saída dela do governo", disse . "Hoje ela não tem mais nenhuma credibilidade para aprovar um ajuste fiscal no Congresso."

Para o parlamentar paranaense, só um novo governo, de aliança nacional, pode promover uma "virada" no País.

Para o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), o rebaixamento reflete a situação "calamitosa" das contas públicas do Brasil, "destroçadas pelos repetidos erros deste governo e pela gastança pré-eleitoral, quando os petistas fizeram de tudo para poder se perpetuar no poder".

"Isso ratifica a percepção de que a situação fiscal do País é dramática. Se Dilma continuar no poder, o País vai continuar ladeira abaixo".

O presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), avaliou que a crise institucional pela qual o Brasil passa é o principal motivo do terceiro rebaixamento do País pela Moody's.

"A agência classifica o governo brasileiro como caloteiro, e é isso que são mesmo. O PT está em crise institucional, com suas principais lideranças políticas na cadeia", disse.

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