Alexandre Tombini trabalhou com Fernando Henrique Cardoso entre 1995 e 2002 (Branca Nunes/VEJA)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2010 às 10h51.
São Paulo - Alexandre Tombini, que deve ser anunciado como futuro presidente do Banco Central, talvez já nesta quarta-feira, é um técnico "discreto e muito competente" que vai resistir a pressões políticas sobre a política monetária, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A escolha de Tombini para substituir Henrique Meirelles no governo Dilma Rousseff foi confirmada à Reuters na terça-feira por uma fonte próxima ao futuro governo.
Os mercados financeiros têm se mostrado mais voláteis nos últimos dias em meio a preocupações de que o escolhido por Dilma poderia ser suscetível a pressões políticas para baixar o juto básico do país.
Uma política monetária mais frouxa traria riscos, especialmente pelo histórico de inflação do país, e investidores estariam preocupados ainda que a saída de Meirelles poderia levar a menos autonomia para o banco.
O voto de confiança de Fernando Henrique (PSDB), que trabalhou com Tombini durante o período de seu governo (1995-2002), deve ajudar a diminuir as preocupações.
Fernando Henrique lembrou que Tombini, de 46 anos, participou na elaboração do sistema de metas de inflação, criado em 1999, quando o país enfrentava dura crise econômica e se viu forçado a deixar que o câmbio flutuasse livremente.
"Lembro que ele nos ajudou com vários problemas", disse Fernando Henrique. "Ele é um técnico discreto, muito competente".
Perguntado se Tombini seria suscetível a pressões políticas como presidente do BC, Fernando Henrique disse: "Não, eu duvido. Ele tem uma longa história no Banco Central".
Tombini, que começou no BC em 1995, é atualmente o diretor de Normas da instituição.