Celso Amorim: "Já não há mais espaço para um sistema interamericano de defesa por oposição a algum inimigo externo", afirmou o ministro (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2012 às 20h15.
Rio de Janeiro - O Brasil considera que o modelo de sistema interamericano de defesa para enfrentar um eventual inimigo externo perdeu vigência, o que não impede que as forças armadas dos países da América mantenham sua cooperação em várias áreas, disse hoje o ministro de Defesa, Celso Amorim.
"Já não há mais espaço para um sistema interamericano de defesa por oposição a algum inimigo externo. Isso não existe mais. O mundo mudou muito", expressou o ministro em declarações à Agência Efe.
"Mas isso não quer dizer que não possa haver uma cooperação bastante prolífica entre nós", acrescentou Amorim ao ser perguntado sobre a expectativa do Brasil para o 10ª Conferência de ministros da Defesa da América, que reunirá na próxima semana em Punta del Este (Uruguai) delegações de 29 dos 34 países-membros do fórum.
Segundo o vice-ministro de Defesa uruguaio, Jorge Menéndez, o assunto central na reunião ministerial será justamente a vigência do sistema interamericano de defesa, embora também serão abordados a segurança do hemisfério, os desastres naturais e as missões de paz.
Amorim assegurou que o Brasil irá à reunião com "espírito de cooperação" entre todos os países da América, mas sem esquecer que a prioridade brasileira em matéria de defesa são os países sul-americanos e o Conselho de Defesa da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
"Nesse contexto consideramos que é útil que exista cooperação em nível de todo o continente americano, especialmente em áreas como a remoção de minas e a atenção a desastres naturais", afirmou.
Amorim acrescentou que as forças armadas do continente também podem cooperar em outras áreas diferentes à defesa, como a saúde, o que também será discutido no fórum.
A cúpula será realizada entre segunda e quarta-feira da próxima semana em Punta del Este e contará com a presença dos secretários de Defesa dos EUA, Leon Panetta, e do Canadá, Peter MacKay.
Além do brasileiro também está confirmada a presença dos ministros da Argentina, Arturo Puricelli; Chile, Andrés Allamand; Equador, Rodrigo Carvajal; Colômbia, Juan Carlos Pinzón; Peru, Jaime Thorne; Paraguai, María Liz García; e Uruguai, Eleuterio Fernández Huidobro.