Brasil

Para a oposição, governo pendurou a conta de luz

A oposição reagiu às medidas do governo para tentar reduzir o rombo das distribuidoras de energia elétrica com uma injeção de R$ 12 bilhões no setor

O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE): para ele, o governo "pendura" o reajuste pensando nas eleições presidenciais deste ano (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE): para ele, o governo "pendura" o reajuste pensando nas eleições presidenciais deste ano (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2014 às 08h48.

Brasília - A oposição na Câmara dos Deputados reagiu na quinta-feira, 13, às medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tentar reduzir o rombo das distribuidoras de energia elétrica com uma injeção adicional de R$ 12 bilhões no setor.

O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), criticou duramente o pacote e disse que, ao anunciar que os consumidores ajudarão a pagar as ações, via aumento de tarifa em 2015, o governo "pendura" o reajuste pensando nas eleições presidenciais deste ano, evitando o impacto impopular da medida na reeleição da presidente Dilma Rousseff.

"Esta é a primeira conta do desastre de gestão da presidente Dilma Rousseff que, além de ter quebrado o setor elétrico, passa para o povo a conta salgada de sua medida populista e eleitoreira", disse o deputado da oposição, em nota encaminhada à imprensa.

Para ele, ao bancar a redução nas tarifas de energia no início de 2013, a presidente Dilma Rousseff "interferiu no setor elétrico sem medir as consequências para proporcionar uma suposta queda na conta de luz".

A renovação antecipada de contratos com as geradoras e transmissoras de energia foi o que deu origem a boa parte dos problemas não resolvidos do setor elétrico, já que algumas empresas não aderiram ao pacote. A estiagem e consequente necessidade de usar energia mais cara produzida por usinas térmicas movidas a combustíveis fósseis completou o quadro.

Ontem foi divulgada a liberação, pelo Tesouro Nacional, de R$ 4 bilhões para o setor, que, serão compensados com aumentos programados de alguns tributos ao longo deste ano e com recursos do pagamento facilitado de impostos atrasados devidos pelas empresas brasileiras com operações no exterior, o chamado Refis das coligadas.


Empréstimo

O governo também autorizou a Câmara de Compensação de Energia Elétrica (CCEE) a captar R$ 8 bilhões junto ao mercado financeiro para cobrir necessidades das distribuidoras para fazer pagamento a geradoras, totalizando um custo extra de R$ 12 bilhões, que será repartido com os consumidores.

Os valores serão incluídos nas tarifas da conta de luz a partir de 2015, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Mendonça Filho também condenou o fato de o governo não ter informado o porcentual do aumento na tarifa e energia ou mesmo quando exatamente isso ocorrerá. "É inacreditável. O consumidor dependerá do resultado do novo leilão de energia e do volume de chuvas este ano. O brasileiro terá que apelar para São Pedro para tentar evitar ainda mais prejuízos. Um absurdo", finalizou.

Os tucanos na Câmara também atacaram o pacote. O líder da sigla na Casa, Antonio Imbassahy disse que, anunciar num primeiro momento a redução da tarifa, o governo Dilma Rousseff fez "marketing" e agora o cidadão paga a conta porque o governo "esconde a realidade".

Para Imbassahy, a medida é reflexo da desestruturação e da falta de planejamento do setor elétrico e da fuga de investidores. "Ela teria que ter humildade para assumir que fracassou e pedir para que o cidadão racionalize o consumo. Mas não, ela com essa postura arrogante, não reconhece a péssima gestão", disse o tucano.

À frente de uma rebelião da base aliada contra o Palácio do Planalto, o chamado blocão, o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ) fez um breve comentário sobre o pacote do governo. Para ele, o aumento da conta de luz é "ruim para o consumidor". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosEnergiaEnergia elétricaOposição políticaPolítica no BrasilServiços

Mais de Brasil

Regulamentação da IA deve ser votada pelo Senado antes do recesso, diz Pacheco

Após decisão do STF, Lira cria comissão para analisar PEC das drogas na Câmara

Maconha vai ser legalizada no Brasil? Entenda a decisão do STF sobre a descriminalização da droga

Nova parcela do Pé-de-Meia começa a ser paga nesta quarta-feira

Mais na Exame