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Papa não tem relação com pecados dos governos, diz Paes

Eduardo Paes afirmou que o pontífice não deveria ser alvo dos protestos durante sua visita ao RJ por não ter culpa dos erros dos governantes brasileiros


	O prefeito Eduardo Paes: "o papa Francisco não tem relação direta nenhuma com os pecados dos governantes brasileiros, a não ser perdoá-los, se houver confissão", disse
 (Ricardo Moraes/Reuters)

O prefeito Eduardo Paes: "o papa Francisco não tem relação direta nenhuma com os pecados dos governantes brasileiros, a não ser perdoá-los, se houver confissão", disse (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2013 às 14h48.

Rio de Janeiro - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou nesta terça-feira que o papa Francisco não deveria ser alvo de protestos durante a visita que fará à cidade em função da Jornada Mundial da Juventude por não ter culpa dos erros cometidos pelos governos brasileiros.

"O papa Francisco não tem relação direta nenhuma com os pecados dos governantes brasileiros, a não ser perdoá-los, se houver confissão. O papa não me parece a melhor pessoa para reclamar", afirmou hoje Paes em entrevista coletiva ao ser questionado sobre as manifestações planejadas por alguns grupos durante a JMJ, que será realizada no Rio entre os próximos dias 22 e 28.

Paes declarou que as manifestações são próprias de um país democrático e que as autoridades não proibirão ou reprimirão nenhum protesto que ocorra durante os eventos aos quais o pontífice irá, entre os quais uma grande missa campal e uma via crucis pela orla marítima de Copacabana.

As autoridades temem que alguns grupos aproveitem a visita do papa para promover protestos por melhores serviços públicos, como os que aconteceram em junho e mobilizaram milhões de pessoas em centenas de cidades.

O prefeito, no entanto, considera que nenhuma das reivindicações das manifestações de junho pode ser atendida ou resolvida pelo pontífice.

"(O papa) não tem culpa nos 20 centavos, na eventual corrupção dos políticos, no fato de os deputados trabalharem ou não. O papa é representante de fé e deve nos unir", afirmou Paes, citando o aumento de 20 centavos nas passagens de ônibus nas grande cidades, que se transformaram no efeito detonador dos protestos.


Segundo Paes, o pontífice também não pode ser responsabilizado pela "eventual corrupção de alguns políticos" ou pelos parlamentares não trabalharem adequadamente.

"Por seu estilo, por ser uma pessoa muito aberta, acho que está disposto a escutar, mas não é o mais adequado para ouvir as reivindicações", acrescentou.

Por enquanto só foi convocada uma manifestação durante a visita, a chamada "Marcha das Vadias", prevista para o dia 27 em Copacabana.

A marcha, que faz parte de um movimento que se estendeu por todo o mundo a partir de uma manifestação em Toronto em 2011, reúne principalmente mulheres vestidas de forma provocativa ou até com os seios à mostra para protestar contra o machismo e contra a ideia que de que caso se vistam de forma insinuante, têm responsabilidade quando são estupradas.

As autoridades não descartam que durante a visita do papa também sejam convocadas manifestações de grupos que defendem temas considerados tabus para a igreja, como o aborto, o uso de preservativos e os casamentos de homossexuais.

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