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'Pablo Escobar brasileiro': Hungria pede documentos ao Brasil para extraditar traficante

Ex-policial Sérgio Roberto de Carvalho está detido desde 21 de junho na cidade de Budapeste

O brasileiro Sergio Roberto de Carvalho. (GERGELY BESENYEI/AFP/Getty Images)

O brasileiro Sergio Roberto de Carvalho. (GERGELY BESENYEI/AFP/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 16 de julho de 2022 às 12h12.

Última atualização em 18 de julho de 2022 às 08h38.

Autoridades da Hungria pediram ao governo brasileiro nesta quarta-feira o envio de documentos para poder extraditar Sérgio Roberto de Carvalho, um ex-policial apelidado de "Pablo Escobar brasileiro". Descrito pela polícia brasileira como um dos "maiores traficantes internacionais", ele está preso desde 21 de junho em Budapeste, a capital húngara.

"O Ministério Público pediu às autoridades brasileiras que enviem os dados relativos ao mandado de prisão internacional", informou o órgão da Hungria, de acordo com a Agência Efe.

A solicitação foi feita após o Tribunal de Budapeste ter confirmado em segunda instância o parecer que autorizava a extradição do brasileiro. O advogado de Carvalho havia entrado com um recurso.

O ex-policial é suspeito de comandar uma organização de tráfico de cocaína para a Europa. Dois dias após ser preso, ele se apresentou ao judiciário húngaro. Na ocasião, o magistrado afirmou que Carvalho havia sido preso com base em um alerta vermelho da Interpol emitido por um tribunal brasileiro em novembro de 2020.

A ordem de prisão de Carvalho foi emitida no âmbito da Operação "Enterprise" e permitiu o confisco de "mais de 500 milhões de reais (cerca de 100 milhões de dólares no câmbio atual) da organização criminosa que ele liderava", disse a polícia brasileira.

A polícia húngara informou que havia sido avisada por parceiros internacionais de que Carvalho estava no país, mas que a investigação foi dificultada porque o acusado tinha dez documentos de identidade diferentes.

Carvalho é acusado de estar envolvido no tráfico de 45 toneladas de cocaína do Brasil para a Europa entre 2017 e 2019 e de ter lavado milhões de dólares por meio de várias empresas de fachada.

Segundo a agência AFP, a defesa de Carvalho alega que o processo contra ele se deu por motivos políticos e seu advogado argumentou que no Brasil ele não teria um julgamento justo.

Procurada pelo GLOBO, a Polícia Federal ainda não informou sobre o pedido do documento.

 

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