Brasil

Outubro Rosa ilumina prédios públicos de Brasília

Iluminação faz parte de uma campanha para prevenção do câncer de mama

Catedral é um dos monumentos de Brasília iluminados de rosa para a campanha Outubro Rosa (Valter Campanato/Agência Brasil)

Catedral é um dos monumentos de Brasília iluminados de rosa para a campanha Outubro Rosa (Valter Campanato/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 23h34.

Brasília - A partir de hoje (1º), até o último dia do mês, várias cidades do mundo vão ressaltar a cor rosa. Os principais monumentos e prédios conhecidos estão iluminados com a cor que representa a luta contra o câncer de mama.

Em Brasília, uma cerimônia oficial marcou o início da campanha Outubro Rosa.

"Ao ver a cidade iluminada de rosa, mesmo que a pessoa não saiba o que é, vai querer saber", disse a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.

"Por mais que tenhamos feito, ainda temos o que fazer, temos que tornar o atendimento e as ações do SUS [Sistema Único de Saúde] cada vez melhores e com mais qualidade".

O câncer da mama é o que mais atinge mulheres em todo o mundo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, em 2014, são esperados 57.120 casos novos de câncer de mama, com um risco estimado de 56,09 casos a cada 100 mil mulheres.

Apesar de mais raro, o câncer de mama também acomete homens.

Quando diagnosticado cedo, a chance de cura chega a 95%.

"Tem que ter autocuidado, tem que conhecer a mama, conhecer o próprio corpo, ir uma vez por ano ao ginecologista, fazer também o exame clínico da mama, ter hábitos saudáveis. São atitudes que não evitam, mas diminuem as chances", disse a presidenta da organização não governamental (ONG) Recomeçar, Joana Jeker.

Joana foi diagnosticada com câncer de mama aos 30 anos, em 2007. Ela sentiu a presença do nódulo no banho, enquanto fazia o autoexame. "De repente você perde a sua mama, perde o seu cabelo, pode perder a sua vida. É tudo muito difícil para a mulher", disse.

"Mas a gente tem que ter a perspectiva que é uma fase, que vai passar. É sofredor, a mulher fica abalada, mas tem que ter fé, não pode desistir", completou.

No Outubro Rosa, a ONG lança a exposição Recomeço, de mulheres mastectomizadas. Nas fotos, elas aparecem sorrindo, com a mama reconstruída e com cabelo, mostrando que venceram a doença.

A mostra é itinerante e deve passar por vários pontos turísticos da cidade e por hospitais. Cada uma das fotos é acompanhada por um depoimento pessoal sobre a luta contra a doença.

Lourdes Capitulino é uma das mulheres que participaram do ensaio. Ela foi diagnosticada em 2004, com 42 anos. "É um baque", resume a sensação ao saber da doença. Ela disse que se hoje "está difícil, [o atendimento médico] era pior há dez anos".

Sem condições de pagar o tratamento, ela ficou sete anos usando uma prótese no lugar da mama, só então foi atendida e fez a reconstrução pelo SUS. "O que levantou a minha autoestima foi a reconstrução mamária. Antes eu não conseguia me olhar no espelho".

Os depoimentos são diversos e várias as formas de enfrentar a doença. Cristiane Bitencourt foi diagnosticada em 2012, aos 30 anos, quando faltavam três meses para o casamento.

"Fiz seis sessões de quimioterapia. Fiquei careca. Não usei lenço, mostrei a minha careca para mostrar que eu estava enfrentando um câncer. Tirar a mama não me deixou menos mulher. Hoje eu me sinto mais mulher", disse.

A campanha Outubro Rosa ocorre em Brasília desde 2008. Tanto o governo federal como o distrital aderiram ao movimento. Estão iluminados na tonalidade rosa os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal, Biblioteca Nacional, entre outros.

Durante este mês, estão previstas palestras e outras atividades. A programação completa está disponível na internet.

Acompanhe tudo sobre:BrasíliaCâncercidades-brasileirasDoençasSaúdeSaúde no Brasil

Mais de Brasil

Aeroporto de Porto Alegre retoma voos após recuperação das enchentes; veja datas

Maioria dos brasileiros é contra decisão do STF que descriminalizou porte de maconha

Tramonte tem 26%, Engler, 14%, e Salabert, 12%, em BH, aponta Real Time Big Data

Brasileira ganha prêmio por projeto que propõe substituir animais em teste de cosmético

Mais na Exame