Dilma segura posse de Lula no Planalto (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2016 às 12h29.
Brasília - Em um discurso forte e combativo, a presidente Dilma Rousseff disse na manhã desta quinta-feira, 17, que é preciso "superar os ódios" no País e afirmou que a "gritaria dos golpistas" não vai tirá-la do rumo, não vai "colocar nosso povo de joelhos" nem causarão "caos e convulsão social".
Dilma fez muitas críticas à divulgação da gravação de sua conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que o fato coloca em risco todos os cidadãos brasileiros. "Os golpes começam assim", disse.
"Estendemos a mão para todos aqueles que querem o bem do Brasil. Não exigimos nada a não ser o diálogo e a ação consertada", afirmou.
"Temos que superar os ódios e a atuação daqueles que não têm razão, não estão do lado da verdade e não terão força política para provocar o caos e a convulsão social", acrescentou.
Imediatamente, os convidados à cerimônia da gritaram palavras de apoios à presidente. "Dilma, guerreira, mulher brasileira."
A presidente disse que o País vive um momento ímpar em sua história, pois, segundo ela, o combate à corrupção tem sido realizado sem obstrução do governo. "Mas temos que reafirmar a centralidade dos direitos individuais, a normalidade nacional e a soberania da constituição."
Jaques Wagner
Mesmo sem Jaques Wagner presente na cerimônia de posse, na qual ele assumiu a função de chefe de gabinete da presidente e passou o seu cargo na Casa Civil para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff fez questão de agradecer seu companheirismo e disse que agora Wagner estará ainda mais próximo dela.
"Ao longo de minha vida aprendi a valorizar, a dar extrema importância e respeitar meus companheiros de luta e jornada, pessoas para mim muito especiais, que tem estado ao meu lado em todos os momentos. Durante as conversas das mudanças que estou promovendo, pude perceber mais uma vez que pude contar com meu amigo Jaques Wagner", afirmou a presidente.
A negociação para que Lula aceitasse o cargo foi longa. Somente nesta semana o núcleo duro da presidente teve mais de sete horas de conversa.
Dilma destacou o estilo "pacifico e conciliador" de Wagner e afirmou que ele "é fundamental" para seu governo. "Como articulador, parceiro, para debater decisões e como bom conselheiro", disse. "E a partir de agora estará ainda mais perto de mim." A presidente justificou a ausência de Wagner afirmando que ele teve um contratempo no voo.