Rua Boa Vista, no centro de São Paulo, 5 minutos antes de começar Brasil x México (Robson Leandro/ Flickr)
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2014 às 17h11.
São Paulo - Todo mundo já esperava que a Copa do Mundo fosse mudar a rotina dos brasileiros por um mês. Mas além de toda alegria associada ao futebol, um evento desta magnitude traz algumas surpresas e faz uma cidade do tamanho de São Paulo viver várias realidades em um único dia (ou ao longo de alguns deles).
Isso inclui passar por picos de congestionamento - da ordem de 302 quilômetros perto do começo de um dos jogos da seleção - e por uma cidade quase fantasma pouco tempo depois.
Na hora em que o Brasil entra em campo, aliás, a cidade para até de gastar energia. Afinal, só os televisores ficam ligados.
Veja abaixo como uma Copa pode levar ao extremo uma metrópole.
1) Ruas e estações de metrô vazias
Esta era a estação Sé às 16h da terça-feira passada, quando começava o jogo entre Brasil e México.
2) Mas a cidade também pode travar em horário em que deveria estar tranquila
Também no dia de Brasil e México, as ruas da cidade viveram um verdadeiro caos, já que todo mundo saiu correndo do trabalho no mesmo horário.
O congestionamento passou de 300km no meio da tarde, às 15h, pico quase nunca atingido mesmo em hora do rush em dias de chuva.
[Foto] @UsuariosMetroSP se voces estao sofrendo, imagine eu pic.twitter.com/mv69VAPA0g via @DebAndrade_
— UsuáriosMetrôSP ™SP (@UsuariosMetroSP) 17 junho 2014
3) Vai-se do silêncio ao estrondo em segundos
Durante o jogo, ruas vazias e silêncio que só é quebrado pelo barulho das vuvuzelas - ou dos gritos na hora do gol.
O vídeo abaixo foi gravado no bairro de Moema, em São Paulo, durante o jogo de abertura da Copa, entre Brasil e Croácia. Por conta das diferentes transmissões, a gritaria começa aos poucos e vai crescendo, até que todos estejam comemorando juntos:
//www.youtube.com/embed/g20q7_riCAE?rel=0
4) O barulho da multidão em momento de gol é igual turbina de avião
O G1 levou para o Anhangabaú, na Fifa Fan Fest, um medidor de ruído. Após os 4 gols marcados pela seleção de Felipão, o aparelho marcou entre 110 e 115 decibéis, o mesmo (ensurdecedor) barulho que faria uma serra elétrica ou um avião a quatro metros de distância.
César Ogata/ Secom/ PMSP
5) Um carnaval fora de época surge espontaneamente na rua
Nem a Prefeitura de São Paulo, nem os bares da região esperavam que a Vila Madalena fosse se tornar uma espécie de Fan Fest não oficial de São Paulo, com mais dias de folia que o carnaval..
Coube a prefeitura correr atrás de por ordem na região, bloqueando o tráfego nas ruas - o que já havia sido feito pelas multidões - e colocando (insuficientes) banheiros químicos.
Quem não está gostando são os moradores.
5) O consumo de energia vai abaixo
Apesar de provavelmente todos os televisores do país estarem ligados para acompanhar a partida entre Brasil e México na terça-feira passada, foi registrado um consumo de energia abaixo do normal.
Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), a geração de energia de todas as usinas caiu de patamar de 65.000 MW no início da tarde para pouco mais de 50.000 MW durante o primeiro tempo do jogo.
Por conta da partida, muitas indústrias e empresas das áreas de serviço e comércio interrompem as atividades. O gráfico abaixo resume a situação com clareza:
Reprodução/ ONS
6) As pessoas se tornam ainda mais dependentes de seus smartphones
Segundo o SindiTelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia), na primeira partida em cada um dos 12 estádios que sediam o mundial, foram feitas cerca de 1 milhão de ligações de telefonia celular e de 7,6 milhões de comunicações de dados - o que equivale ao envio de 7 milhões de fotos.
Só no jogo de abertura, foram feitas 135 milhões de ligações de celular e mais de 1 milhão de comunicações de dados (envio de e-mails, fotos e mensagens multimidia) na Arena Corinthians.
Marcello Casal Jr/ Agência Brasil