Michel Temer: presidente seria afastado do cargo caso a denúncia venha a ser aceita pelo STF (Beto Barata/PR/Divulgação)
Reuters
Publicado em 28 de setembro de 2017 às 13h23.
Brasília - O deputado Alessandro Molon (REDE-RJ) afirmou nesta quinta-feira que vai apresentar um requerimento para tentar fazer com que a autorização da denúncia contra o presidente Michel Temer, e os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil) sejam feitas em votações separadas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
A oposição e parte da base aliada rebelde defendem a votação fatiada para buscar ampliar o desgaste do governo.
O parlamentar argumenta que as consequências de uma autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a denúncia do presidente e ministros são diferentes, o ideal seria haver votações separadas.
No caso do presidente, destacou o deputado, Temer seria afastado do cargo caso a denúncia vier a ser aceita pelo STF. Os ministros, se ocorrer o mesmo, não seriam afastados dos respectivos cargos.
"Exigimos que a votação seja feita individualmente para cada um", disse Molon. "Os deputados não podem ser obrigados a votar um grande pacote de impunidade", acrescentou.
Molon disse que o requerimento com esse pedido está pronto, mas ele avalia o momento oportuno para apresentá-lo.
O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco, afirmou que a situação é "inusitada" e vai esperar o requerimento ser apresentado para decidir. "É importante que a gente dialogue sempre e não haja intransigência", afirmou.
Na véspera, Pacheco havia decidido que será um único relator para cuidar do caso dos três denunciados, rejeitando requerimento anterior apresentado anteriormente por Molon. Nesta quinta, o presidente da CCJ disse que a escolha do relator ficará para a próxima semana, assim que resolver essas questões.
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) criticou a intenção do oposicionista de fatiar as votações em cada um dos acusados. "Se ela foi assim apresentada, é assim que vamos votar", disse Marun, para quem o regimento interno da Câmara não pode ser mudado.
O presidente da CCJ avaliou em entrevista coletiva que a votação da denúncia na CCJ deverá ocorrer após o feriado do dia 12 de outubro. Contudo, ele destacou que o calendário ainda depende de quando os advogados dos denunciados vão apresentar a sua defesa.
A estratégia do Palácio do Planalto é tentar acelerar a votação tanto na comissão quanto no plenário a fim de tentar barrar a denúncia o quanto antes.