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Opinião: 217 motivos para ter esperança

A mudança que queremos para o Brasil, e que exige políticos mais preparados e engajados em fortalecer a democracia e construir um país melhor, não é instantânea

Urna eletrônica: voto é momento de mudança (Fabio Pozzebom/Agência Brasil)

Urna eletrônica: voto é momento de mudança (Fabio Pozzebom/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2022 às 16h59.

Última atualização em 22 de julho de 2022 às 20h03.

Por Irina Bullara, Eduardo Mufarej e Paulo Hartung*

Em 1911, dois homens escolheram estratégias diferentes em busca do mesmo objetivo — chegar primeiro ao Polo Sul. Já na Antártida, um deles, o explorador norueguês Roald Amundsen, decidiu que seu grupo percorreria 20 milhas todos os dias, cerca de 32 quilômetros, independentemente das condições climáticas ou do cansaço. O outro, o inglês Robert Scott, optou por trilhar distâncias maiores, de até 60 milhas (96 quilômetros) diárias, mas interromperia a marcha em caso de intempérie e retomaria quando o clima permitisse.

Amundsen chegou primeiro. Scott não sobreviveu à viagem de volta à base.

A escolha de Amundsen guarda muitas afinidades com o que fazemos no RenovaBR. A mudança que queremos para o Brasil, e que exige políticos mais preparados e engajados em fortalecer a democracia e construir um país melhor, não é instantânea. Não acontece da noite para o dia. É uma jornada com pequenos passos, porém constantes. Caminhamos um pouco todos os dias, sem hesitar, sem pausa para descanso sob tempestades.

Recentemente demos dois passos importantes. O primeiro foi na manhã de 22 de junho passado, quando reunimos apoiadores da nossa escola de democracia para um café da manhã no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. O objetivo era apresentar os 217 pré-candidatos que passaram pelo Renova e vão concorrer às eleições de 2022.

Destes, 194 acabaram de “se formar” em uma cerimônia emocionante no dia 14 de julho, em Brasília, no Estádio Mané Garrincha — o segundo passo.

Os 217 vieram de todos os cantos do país. Ostentam os matizes políticos mais diversos, idades e trajetórias distintas. Em um ano tão difícil para a política, querem ser políticos, estudaram para isso e estão prontos para servir, defendendo as ideias e os valores em que acreditam.

Eles nos entregam 217 novas razões para ter esperança, esse bem tão valioso e tão escasso no Brasil dos últimos anos.

Esperança, no dicionário, está definida como “sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; confiança em coisa boa; fé”.

Precisamos dela em nossa vida. E, na política, mais do que nunca. Toda vez que perdemos a esperança na política uma criança fica longe da escola. Uma família não encontra leito em hospital. Alguém perde o emprego. Uma empresa fecha as portas. Um grupo fica ainda mais longe da inclusão. É por isso que, no Renova, queremos devolver às pessoas a esperança na potência da política.

A tônica de nossos dois eventos foi a esperança. Na apresentação dos 217, Luana Tavares e Tiago Gomes falaram em nome dos recém-formados sobre suas expectativas e projetos. O entusiasmo deles era quase palpável. Também ouvimos as “gerações” anteriores. Estavam conosco Daniel José, eleito deputado estadual por São Paulo em 2018; Renan Ferreirinha, deputado estadual eleito pelo Rio de Janeiro naquele mesmo ano, secretário da Educação da gestão do prefeito Eduardo Paes e pré-candidato à Câmara dos Deputados; Monica Rosenberg, que não entrou (por pouco) em 2018, mas não perdeu a esperança e é pré-candidata à Câmara novamente.

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Muitos estreiam na política. Gente como Pedro Aihara, que foi porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais na tragédia de Brumadinho — Pedro se notabilizou como uma autoridade em esperança mesmo lidando com o desespero. Ou como Vanda Witoto, coordenadora do movimento dos Estudantes Indígenas do Estado do Amazonas. Outros têm longa experiência em postos executivos, como Rossieli Soares, ex-ministro da Educação do governo Temer e ex-secretário do governo de São Paulo, pré-candidato a deputado federal, e Daniel Soranz, duas vezes secretário da Saúde do Rio e nome importante no enfrentamento da pandemia em sua cidade.

Na formatura, estavam todos lá novamente, reiterando seu compromisso com a esperança e com a boa política.

É a terceira oportunidade em que políticos que passaram pelo Renova concorrem a cargos eletivos. Em 2018, quando mal tínhamos completado um ano de existência, 117 egressos se candidataram e 18 se elegeram. Em 2020, ano de pleitos municipais, 156 alunos foram eleitos, do prefeito de Joinville, maior colégio eleitoral de Santa Catarina, até a prefeita da pequena Bezerros, em Pernambuco. Os recém-formados juntam-se a esses políticos altamente qualificados que, concordemos ou não com suas posições, agem pautados pela ética, pelo respeito à coisa pública e ao lado do Estado de Direito.

Os 217 enfrentarão eleições altamente polarizadas, e por isso mesmo suas candidaturas são mais importantes do que nunca. Sabemos que a escolha para presidente é só a ponta do iceberg. Abaixo dele está o Congresso Nacional, responsável por fazer as leis, preparar o Brasil para o futuro e assegurar estabilidade às instituições. Sem falar no papel dos governos estaduais e das assembleias legislativas.

O Renova é uma escola pluripartidária. Mais uma vez, formamos alunos de praticamente todos os partidos brasileiros. Não importa qual seja a sua posição no espectro político, certamente haverá, entre tantos nomes bons, candidatos que tenham afinidades com as suas ideias, gente em quem você teria orgulho de votar.

Você tem escolha.

*Irina Bullara, administradora e diretora-executiva do RenovaBR
*Eduardo Mufarej, empreendedor e fundador do RenovaBR
*Paulo Hartung, economista e ex-governador do Espírito Santo

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