A Transnordestina começou a ser construída em junho de 2006 para ligar o leste do Piauí aos portos de Pecém e Suape, e a previsão inicial era de conclusão em 2010 (Manuel Marques/EXAME)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2012 às 09h54.
Brasília - Enquanto o governo tenta tirar do papel um pacote de R$ 91 bilhões para a reforma e construção de 10 mil quilômetros de ferrovias, as obras da Transnordestina foram paralisadas, desde a última quinta-feira (1).
Devido à falta de acordo entre trabalhadores e a Odebrecht, responsável pela construção da linha que ligará o Piauí aos portos de Pecém (CE), e Suape (PE) cerca de 3.500 operários estão de braços cruzados.
O representante do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem do Ceará (Sintepav), Francisco Evandro Pinheiro, disse que os operários estão em campanha salarial e acusam a Odebrecht de não cumprir dois acordos anteriores: participação no lucro e adicional de 80 horas semestrais por produtividade.
"Além disso, nosso acordo coletivo venceu no fim de outubro a até agora não recebemos nenhuma proposta de ajuste salarial por parte da companhia", afirmou Pinheiro.
Está marcada para esta quarta-feira (7), às 15h, em Recife (PE), uma reunião entre trabalhadores, Odebrecht, os administradores da Transnordestina e representantes do Ministério do Trabalho, para tentar um acordo. Esse entendimento, porém, precisará passar pelo crivo da assembleia dos trabalhadores, que só será realizada na quinta-feira (8), pela manhã.
A Transnordestina começou a ser construída em junho de 2006 para ligar o leste do Piauí aos portos de Pecém e Suape, e a previsão inicial era de conclusão em 2010. O projeto prevê 1.728 quilômetros de extensão e a nova previsão de término das obras é no final de 2014. A própria presidente Dilma Rousseff já pediu mais celeridade no cumprimento dos prazos dessa obra.