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Operador de Cabral gastou R$ 2,1 milhões com lojas de grife

A força-tarefa da Lava Jato destacou gastos com cosméticos, roupas e restaurantes de cozinha francesa

Dinheiro: em 2012, a renda média declarada de Wilson e sua esposa foi de R$ 17.200,33 por mês (Creative Commons/Aurelízia Lemos/EXAME.com/Creative Commons)

Dinheiro: em 2012, a renda média declarada de Wilson e sua esposa foi de R$ 17.200,33 por mês (Creative Commons/Aurelízia Lemos/EXAME.com/Creative Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de novembro de 2016 às 19h19.

São Paulo - O ex-secretário de governo Wilson Carlos, apontado por delatores da Operação Lava Jato como "operador administrativo" de Sérgio Cabral (PMDB), gastou R$ 1.646.526,95 no cartão de crédito entre 2007 e 2015, segundo relatório do Ministério Público Federal com dados da Receita Federal.

Se somados R$ 459.266,20 das despesas da mulher de Wilson Carlos, o valor vai a R$ 2.105.793,15.

"O casal Wilson Carlos e Mônica Araújo gastou ao todo R$ 2.105.793,15, dando uma média de R$ 19.498,08 por mês. Chama a atenção o valor dos gastos com cartão de crédito pelo casal Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho e Mônica Araújo Macedo Carvalho, uma vez que sempre se aproximam da renda total declarada no Imposto de Renda de Pessoa Física, chegando muitas vezes a extrapolá-la", afirma a Procuradoria da República.

"A título de exemplo, em 2012, a renda média declarada do casal foi de R$ 17.200,33 por mês. Em fevereiro, o casal gastou R$ 36.749,54 somente em um dos cartões."

Nesta segunda-feira, 21, a Procuradoria da República pediu a conversão de prisão temporária de Wilson Carlos em custódia preventiva "para resguardar a ordem pública, a instrução criminal e a aplicação da lei penal".

Ele também foi preso na quinta-feira, 17. É o único do grupo de Cabral que se encontra preso em Curitiba. "É mister a prisão preventiva para garantia da ordem pública", argumenta a Procuradoria.

Wilson Carlos foi secretário de Administração da Gestão de Sérgio Cabral. Segundo delatores da Lava Jato, ele "era o operador administrativo do ex-governador, sendo responsável pela organização da forma de pagamento e da cobrança das propinas ajustadas pelas empreiteiras com Sérgio Cabral".

No relatório, a Procuradoria aponta um gasto de US$ 416 com o aluguel de limusine no ano de 2011. A força-tarefa da Lava Jato destacou gastos com cosméticos, roupas e restaurantes de cozinha francesa.

"Verifica-se que Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho e Mônica Araújo Macedo Carvalho não poupavam em restaurantes ou roupas de grife", diz o relatório.

Sérgio Cabral foi preso na quinta-feira, 17, na Operação Calicute, nova etapa da Lava Jato.

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